
24 de julho de 2013 | 02h08
Para essa cobertura o País continuará a depender, portanto, de outras formas de financiamento, mais especulativas e mais instáveis. Nos 12 meses terminados em junho, o buraco em transações correntes chegou a US$ 72,5 bilhões, 3,2% do PIB. Pela primeira vez neste ano o acumulado em 12 meses diminuiu. Em maio, havia chegado a US$ 72,9 bilhões. O recuo no mês passado foi, segundo alguns analistas, um ponto fora da curva, isto é, um desvio temporário da tendência. Os economistas do BC parecem concordar com esse ponto de vista, porque mantiveram para o ano as projeções já publicadas no mês anterior.
A deterioração das contas externas, em 2013, tem resultado principalmente da piora do saldo comercial e da remessa de dividendos, como observou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. A conta de comércio melhorou em junho e poderá continuar melhorando no segundo semestre, mas, ainda assim, o saldo acumulado até dezembro deverá ser muito inferior ao de 2012, US$ 19,4 bilhões.
Os técnicos do BC projetam um superávit de US$ 7 bilhões, com exportações de US$ 248 bilhões, apenas 2,2% maiores que as do ano passado, e importações de US$ 241 bilhões, 7,8% superiores às de 2012. A mediana das projeções coletadas no mercado na última pesquisa Focus, do BC, ficou em US$ 5,8 bilhões. Qualquer das projeções correntes indica um saldo comercial muito inferior ao necessário para compensar, pelo menos em grau razoável, o déficit estrutural das contas de serviços e de rendas. Para o Brasil, um megassuperávit comercial, longe de ser um luxo, é uma necessidade.
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