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Melhoram resultados da produção dos EUA

Números da produtividade e dos estoques reforçam as boas notícias

Por Gustavo Chacra e NOVA YORK
Atualização:

A produtividade dos trabalhadores americanos teve o maior crescimento em quase seis anos, ao subir 6,4% no segundo trimestre, de acordo com dados do Departamento do Trabalho, divulgados ontem. Já o Departamento do Comércio divulgou um relatório indicando que os atacadistas apresentaram uma diminuição de 1,7% nos estoques, acima do esperado. Os números contribuem em parte para a onda de boas notícias econômicas para a administração de Barack Obama nas últimas semanas, com o PIB caindo menos do que o previsto pelo mercado e pelo próprio governo e com o índice de desemprego parando de subir ao oscilar negativamente 0,1 ponto porcentual, para 9,4% da população economicamente ativa. Porém o aumento na produtividade, segundo analistas, retira o incentivo das empresas para contratar funcionários, pois conseguem produzir a mesma quantidade sem alterar o número de trabalhadores. Já a queda nos estoques demonstra que, apesar do aumento nas vendas, os atacadistas ainda relutam em fazer estoque, temendo que a recessão se prolongue. "O aumento na produtividade é outro indicador de que a recessão americana está perto do fim. A má notícia é que as empresas relutam em contratar", disse à Reuters Harm Bandholz, economista do UniCredit Markets and Investment Banks. O índice de produtividade se foca no setor de negócios não ligados à agropecuária. Segundo o Departamento do Trabalho, o dado é importante porque a variação é maior do que a de todo o setor privado agregado, refletindo de forma mais imediata a situação da economia. A melhora ocorreu principalmente por causa da redução no total de horas trabalhadas em relação ao total que foi produzido. Isto é, os trabalhadores americanos precisaram de menos horas de trabalho para conseguir o mesmo resultado. O problema, segundo economistas, é que a melhora se deu pelo menor número de horas trabalhadas, e não apenas pelo aumento da produção. No geral, os americanos produziram menos do que no mesmo período no ano passado. "A produção total diminuiu 1,8% e as horas trabalhadas de todas as pessoas engajadas no setor - empregados, proprietários e familiares não pagos - se reduziu 7,5%", segundo o informe do Departamento do Trabalho. Com o crescimento de 6,4% na produtividade total, este é o resultado mais positivo desde o terceiro trimestre de 2003. Já a redução nos estoques dos atacadistas pode levar o governo dos EUA a rever o recém-anunciado índice de alta do PIB, que teve queda de 1%. Com os estoques quase esgotados, é possível que, nos próximos meses, aumente a produção para que eles sejam repostos, o que ajudaria na saída da recessão.

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