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Menem é beneficiado por normas para eleição antecipada

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Eduardo Duhalde tem prontos quatro decretos sobre as eleições presidenciais, destinados a evitar divergências em meio ao seu partido, o Justicialista. Um dos decretos estabelece que o próximo mandato presidencial se estenderá de maio de 2003 até maio de 2007, embora até aqui se presumisse que o próximo mandato se iniciaria em dezembro de 2003. O beneficiário desse decreto é um só: o ex-presidente Carlos Menem, que, nos termos das leis atuais não poderia apresentar-se como candidato, pois deve decorrer o período de um mandato presidencial, obrigatoriamente, para que um ex-presidente possa aspirar a voltar ao governo. O mandato de Menem terminou em dezembro de 1999, e, portanto, ele não poderia voltar à presidência antes de dezembro de 2003, uma vez terminado o período presidencial usual de quatro anos. Mas o presidente Fernando de la Rúa renunciou na metade do seu mandato, em dezembro passado e presumia-se que depois disso Duhalde completaria o período, até dezembro do ano que vem. Entretanto, a grande debilidade e desgaste do governo de transição de Duhalde, a demora em sair da recessão e a dilatação das negociações com o Fundo Monetário Internacional obrigaram o presidente atual a antecipar a data das próximas eleições para março próximo e a posse do novo governo para 25 de maio. O que Duhalde fará, com um dos novos decretos, será dizer que o período presidencial correspondente a Fernando de la Rúa se estende até 25 de meio de 2003, com o que Menem ficará habilitado novamente. Embora Duhalde não queira a volta de Menem ao poder, ele tampouco deseja ver dissensões em meio ao seu partido, nem um confronto direto com Menem. Pode ser que o ex-presidente perca diretamente nas eleições internas de novembro. É isso o que pensa, também, o governador de Córdoba, José Manuel de la Sota, que, segundo seus assessores, se apresentará como candidato nos próximos dias. De la Sota pediu, hoje, que não só os membros do Justicialismo, mas toda a população, vote nas eleições internas (primárias) abertas de seu partido em 24 de novembro. O governador cordobês espera ser beneficiado pela forte rejeição de Menem por parte de vários setores da população, que nem sequer querem vê-lo como candidato à presidência. Leia o especial

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