Publicidade

Menem processará o The New York Times

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-presidente argentino Carlos Menem decidiu processar judicialmente o jornal The New York Times por ter publicado a versão de que recebeu um suborno de US$ 10 milhões do Irã para encobrir um atentado anti-semita cometido em 1994 em Buenos Aires, informou um de seus colaboradores. Mas, ao mesmo tempo, Menem admitiu, pela primeira vez, que possui uma conta bancária na Suíça, algo que havia negado reiteradamente. Alberto Kohan, estreito colaborador de Menem e ex-secretário-geral da Presidência durante seu governo, declarou nesta terça-feira que já mantiveram contatos com advogados nos EUA para abrir um processo contra o The New York Times. Muito irritado, Menem declarou ontem que a denúncia de que havia recebido um suborno do Irã para não envolver aquele país no atentado que demoliu a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) "é uma mentira suja?. Contratarei um escritório jurídico dos EUA para iniciar um processo por perdas e danos, por calúnias, injúrias e difamação". No atentado de 18 de julho de 1994, morreram 85 pessoas e mais de 200 ficaram feridas. Foi o pior atentado terrorista ocorrido na Argentina. A informação do jornal nova-iorquino se baseou em declarações de um ex-funcionário de inteligência do Irã que desertou e está agora sob a proteção do governo da Alemanha. Segundo o "arrependido" iraniano, cujas denúncias já eram conhecidas desde 2000, o suposto suborno foi depositado em uma conta bancária de Menem na Suíça. Conta na Suíça Na segunda-feira à noite, em declarações à cadeia CNN, Menem admitiu pela primeira vez que em 1986 abriu uma conta bancária na Suíça, na qual teria depositado a indenização que recebeu por ter estado detido durante a passada ditadura militar. Acrescentou que o depósito inicial foi de US$ 200.000 que, com os juros acumulados, chega hoje a US$ 600.000. Em 22 de janeiro passado, um dos advogados de Menem, Oscar Salvi, havia negado, em seu nome, que o ex-presidente tivesse contas bancárias na Suíça. Salvi negou o fato diante de denúncias de enriquecimento ilícito feitas contra Menem, que estão sendo atualmente investigadas por um juiz local.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.