29 de maio de 2013 | 02h07
O levantamento baseia-se nas companhias registradas nas juntas comerciais de todas as unidades federativas e nos números de CNPJ consultados pela Serasa. Afigura-se, assim, um indicador confiável, capaz de revelar tendências recentes do empreendedorismo.
Nos primeiros trimestres de 2013 e de 2012, comparados a idênticos períodos de 2010 e 2011, o aumento do número de novas empresas constituídas foi, respectivamente, de 50,6 mil (+15,7%) e de 74,1 mil (+19,8%). Ou seja, mesmo em tempos de baixo crescimento econômico (o PIB avançou 2,73%, em 2013, e 0,87%, em 2012), foi expressivo o número de novos empreendedores.
A redução dos novos negócios deste ano decorreu, segundo os técnicos da empresa, do enfraquecimento econômico e do fortalecimento do mercado de mão de obra.
De fato, muitos profissionais preferem trabalhar para terceiros, sem riscos de mercado e com carteira assinada. A questão é saber se os empregos oferecidos serão estáveis numa economia com baixa atividade. Já surgem leves indícios de aumento da desocupação, segundo os dados do IBGE.
Faz sentido comparar dados de emprego e criação de empresas: os novos empreendimentos são constituídos em geral por microempreendedores individuais (MEIs), ex-empregados. Os MEIs formaram 37% das novas empresas, no primeiro trimestre de 2010; 49%, no de 2011; 62%, no de 2012; e 65%, no último trimestre. E 59% das novas empresas foram abertas no setor de serviços - o que mais depende da evolução do emprego e da renda pessoal e do dinamismo do mercado interno. Confecções, higiene e embelezamento pessoal destacaram-se entre aqueles em que mais nasceram empresas. E os MEIs têm encargos e riscos menores do que as demais empresas.
O que parece evidente é que os novos empreendedores mostram-se menos animados do que o governo, cuja meta, agora, é elevar o PIB em 2,7% neste ano, segundo O Estado de ontem. Preferem, pois, andar com mais cautela, pois sabem que a alta do PIB não depende do governo, mas de consumidores e empresários.
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