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Mercadante defende acordo entre Mercosul e EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

O deputado federal Aloízio Mercadante (PT-SP), um dos formuladores do plano de governo do Partido dos Trabalhadores, defendeu hoje um acordo de livre comércio entre o Mercosul e os Estados Unidos, o chamado 4+1, como a melhor alternativa para evitar o isolamento brasileiro que começa a se desenhar nas negociações em curso para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), prevista para vigorar em 2006. Mercadante, que participou em São Paulo do seminário "Alca: Cada vez mais próxima", promovido pela Câmara Americana de Comércio, afirmou que o fato de os Estados Unidos estarem negociando acordos comerciais bilaterais com Chile, Uruguai, países da América Central, além do próprio Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte, que inclui México e Canadá), isola o Brasil. O deputado sugere que se reveja e reforce o Mercosul para as negociações internacionais ou, se esse fortalecimento não for viável, o Brasil adote uma estratégia própria para negociar bilateralmente com os Estados Unidos. No caso de o Brasil partir sozinho para um acordo com os Estados Unidos, seria necessário reduzir a TEC (Tarifa Externa Comum) do Mercosul, um dos principais pontos de sustentação do bloco sul-americano. Para o deputado, o isolamento do Brasil nas negociações também é visível pelo fato de Washington estar tomando medidas protecionistas que atingem diretamente o País. Essas medidas seriam, por exemplo, o aumento dos impostos norte-americanos para importação do aço e a nova lei agrícola dos EUA, que prevê fortes subsídios para a produção rural. Ambas são prejudiciais ao Brasil. Mercadante destacou que a atual versão da Autoridade de Promoção Comercial (TPA, na sigla em inglês) praticamente acaba com qualquer possibilidade de se negociar o tema agricultura na Alca. O projeto, que dá amplos poderes ao presidente dos Estados Unidos para negociar acordos comerciais, ainda não está totalmente finalizado, mas sua última versão parece ser a mais próxima da que será aprovada pelo Congresso norte-americano. Essa lei retira do presidente a capacidade de aprovar acordos em áreas sensíveis para os Estados Unidos, como a agricultura. Durante o seminário da Câmara Americana de Comércio, Mercadante admitiu que a única saída para o Brasil voltar a crescer são as exportações. Os Estados Unidos, destacou, são de fato um parceiro importante, pois absorvem nada menos do que 25% das nossas vendas externas. Apesar disso, Mercadante ressaltou que o Brasil tem que bater duro nas negociações com Washington, e não pode aceitar uma negociação imposta e sem reciprocidade por parte dos Estados Unidos. Mercadante afirmou ainda que, num primeiro momento, o Brasil necessita de uma política de substituição de importação em alguns setores. Mas, logo em seguida, destacou que essa estratégica não é a ideal. Para ele, o correto é o Brasil caminhar para um aumento de exportações e importações que permita ao País aumentar sua participação no comércio mundial, fator fundamental para dar maior poder de barganha internacional.

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