PUBLICIDADE

Publicidade

Mercadante diz que acha muito difícil meta de 4,5% ser cumprida

Por Agencia Estado
Atualização:

O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), afirmou hoje, em tom de crítica, que torce para que a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), de fixar a meta de inflação de 2005 em 4,5%, esteja correta. "Acho muito difícil que a meta de 4,5% possa ser cumprida. Isso pode pressionar a taxa de juros e aumentando os juros vamos ter mais dificuldades para o crescimento, mais dificuldades nas finanças públicas. Mas espero estar errado e torço para que o ministro Palocci (Antonio Palocci, da Fazenda) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, estejam certos que isso não acontecerá no ano que vem", afirmou. Segundo ele, o mais apropriado no momento em que o País está diante de três choques externos (elevação do preço do petróleo, aumento dos juros americanos e desaceleração da economia chinesa) seria manter a meta em 5,5%. "Os choques externos pressionam a inflação no Brasil, tanto que já estamos com uma projeção de inflação de 6,5% para este ano, acima da meta de 5,5%, e para o ano que vem o mercado projeta uma inflação de 5,5%. Por isso continuo preferindo que a meta fosse de 5,5% para 2005 e 2006", disse Mercadante. O líder petista afirmou que mesmo a meta de 5,5% é ambiciosa e a prioridade do governo deve ser crescer e gerar emprego com estabilidade. Apesar da crítica à opção de meta do CMN, Mercadante avalia que a ampliação do intervalo de tolerância sobre a meta pode ajudar o Banco Central a buscar uma "acomodação mais suave" do processo inflacionário. Decisão saiu ontem O CMN divulgou ontem sua decisão sobre as metas de inflação para 2005 e 2006. Para os dois anos, a meta foi fixada em 4,5%. Porém, a margem de tolerância de 2,5 pontos porcentuais será mantida apenas para o próximo ano. Em 2006, essa margem cai para 2 pontos porcentuais. A meta de inflação é usada como base para a definição de juros no País. Assim, se o Banco Central avalia que a meta poderá ser comprometida, a tendência dos juros básicos da economia passa a ser de alta. Juros mais altos inibem o consumo e isso reduz o espaço para reajuste de preços. O resultado esperado neste mecanismo é o controle da inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é usado como referência para a meta de inflação. Neste ano, a meta é de 5,5%, com margem de tolerância de 2,5 pontos porcentuais. No acumulado do ano, até maio, o Índice registra alta de 2,75%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.