PUBLICIDADE

Publicidade

Mercadante diz que afastamento de Meirelles seria prejulgamento

Por Agencia Estado
Atualização:

O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), admitiu hoje que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de abrir inquérito para apurar denúncias de supostos crimes praticados pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não contribui para o desempenho da função de autoridade monetária, mas argumentou que não se devem fazer prejulgamentos antes que o mérito seja julgado pelo tribunal. Mercadante reconheceu que, se o governo não tivesse conseguido dar ao presidente do BC status de ministro, a autoridade dele perante o mercado financeiro poderia ter sido abalada. Mas, segundo ele, isso não aconteceu porque, "como o STF é uma corte extremamente qualificada e rigorosa", que julga casos envolvendo ministros, isso tem dado tranqüilidade ao mercado financeiro. Segundo o líder, sem status de ministro, Meirelles poderia ficar exposto a qualquer instância da Justiça. Ele disse, também, que não se pode pedir o afastamento do presidente do BC enquanto corre o inquérito, porque isso seria um prejulgamento. "Há um princípio constitucional da presunção da inocência", afirmou. "É preciso que se conclua o processo". Hoje, o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, pediu o afastamento de Meirelles. "Excelente oportunidade" O líder do PT no Senado, Delcídio Amaral (MS), disse que a abertura de inquérito pelo STF é uma "excelente oportunidade" para que Meirelles comprove que as denúncias contra ele não procedem. "Dessa forma, ele poderá passar a limpo, para que se encerre esse constrangimento a que ele está sendo submetido", afirmou Delcídio. Ele avalia ainda que o episódio não tem abalado o mercado, mesmo porque, em sua opinião, Meirelles não tem nada a esconder. Já o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), considera que a abertura de inquérito pelo STF é o reconhecimento de que os indícios de irregularidades cometidas por Meirelles "são robustos e consistentes". Segundo ele, essa decisão abala, sim, a autoridade do presidente do BC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.