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Mercadante diz que não é hora de criar Fundo Soberano

Por Ribamar Oliveira
Atualização:

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), disse hoje que este não é o momento oportuno para o governo criar o Fundo Soberano do Brasil (FSB). "Esta não é a hora do fundo. O importante agora é aumentar o superávit primário do setor público e, desta forma, auxiliar o Banco Central no combate à inflação", afirmou Mercadante, em entrevista a O Estado de S.Paulo. O senador petista, que é um dos principais representantes do chamado "grupo desenvolvimentista" do governo, considera que o Fundo Soberano é um "instrumento auxiliar" importante para que o governo possa encontrar a taxa de câmbio de equilíbrio. Com os recursos do Fundo, o Tesouro Nacional poderia comprar dólares no mercado interno e, desta forma, evita uma valorização ainda maior do real. "Mas neste momento, argumenta Mercadante, a tarefa mais importante do governo é amortecer o choque inflacionário que vem do exterior. "Temos um choque externo de grandes proporções", disse. O senador lembrou que a queda da cotação do dólar ainda é a principal âncora da economia, que mantém a inflação sob controle. O choque externo de preços está sendo amplificado, segundo Mercadante, pelo forte crescimento do consumo das famílias brasileiras (acima de 8%), pela expansão acelerada do crédito, pelo aumento do emprego e da massa salarial no País. "Neste cenário, a melhor alternativa para o governo é elevar o superávit primário do setor público", disse o senador petista. O superávit primário é a economia que o setor público faz para pagar uma parcela dos juros de suas dívidas. Para este ano, o superávit previsto é de 3,80% do Produto Interno Bruto (PIB) ou cerca de R$ 108 bilhões.

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