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Mercado aposta em alta da inflação, diz pesquisa do BC

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado renovou a sua aposta numa tendência de alta de inflação na pesquisa realizada pelo Banco Central (BC) na semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter em 18% os juros básicos da economia. Os números divulgados revelaram que, na média, as 100 instituições financeiras e empresas ouvidas no levantamento acreditam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano ficará em 6,64% e não mais nos 6,60% da enquete anterior. O cenário para 2003 também apresentou piora e as estimativas saltaram de um de IPCA de 5,20% para 5,50%, ficando ainda mais distante do centro da meta de 4%. O mercado acentuou, na mesma pesquisa, o pessimismo em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2002 e o próximo ano. As estimativas de expansão para este ano recuaram de 1,43% para 1,4%, indo a um patamar inferior aos 1,5% projetados pela área econômica do governo. Quanto a 2003, a média das respostas encaminhadas ao BC apresentou uma queda dos 3% da enquete anterior para 2,8%. Como contrapartida, as projeções de superávit da balança comercial de 2002 e 2003 aumentaram de US$ 7 bilhões para US$ 7,5 bilhões e de US$ 8,8 bilhões para US$ 9 bilhões, respectivamente. As estimativas de déficit em conta corrente acompanharam a melhora das perspectivas em relação ao comportamento da balança comercial e levaram os bancos a reverem suas projeções de 2002 de US$ 17,3 bilhões para US$ 16,7 bilhões. Os prognósticos para o resultado da conta corrente do balanço de pagamento também foram revisados para baixo e caíram dos US$ 15,9 bilhões do levantamento anterior para US$ 15 bilhões. As projeções de fluxo de investimento direto para 2002, entretanto, recuaram de US$ 16,20 bilhões para US$ 16,15 bilhões, enquanto as estimativas para 2003 ficaram estáveis em US$ 16 bilhões. O mercado mudou sua perspectiva em relação ao resultado primário do setor público em 2002 e aproximou suas projeções à meta de 3,88% do PIB já anunciada pelo governo. O novo porcentual do levantamento, no entanto, ainda ficou em 3,87% do PIB de superávit primário, depois de ter ficado em 3,75% do PIB no levantamento da semana encerrada em 13 de setembro. As projeções para 2003 permaneceram estáveis nos mesmos 3,75% da pesquisa anterior e a estimativa de déficit nominal sem câmbio para o ano que vem recuou de 3,08% do PIB para 3% do PIB, apontando, com isso, para uma dinâmica ainda persistente de crescimento da dívida líquida do setor público.

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