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Mercado aprova proposta da Fazenda de abrir setor de resseguros

RESSEGURO O que é?  Como o nome sugere, resseguro é o seguro do seguro. Quando uma companhia assume um contrato de seguro superior à sua capacidade financeira, ela necessita repassar esse risco, ou parte dele, a uma resseguradora. O resseguro é uma prática comum, feita em todo o mundo, como forma de preservar a estabilidade das companhias seguradoras e garantir a liquidação do sinistro ao segurado. Fonte: IRB-Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

A abertura do setor de resseguros proposta no estudo "Reformas microeconômicas e crescimento de longo prazo" divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério da Fazenda, alegrou os representantes do mercado segurador que necessitam de resseguro para operar seus produtos. O presidente da Zurich Brasil, Pedro Purm, classificou o estudo da Fazenda como "surpreendente e de visão avançada". Para o executivo, é urgente que o País comece a estruturar um projeto de abertura do setor, sob pena de continuar tendo um mercado segurador pouco desenvolvido. "Confesso que não acreditava muito na abertura do resseguro, mas agora temos, finalmente, uma indicação sólida de que o governo se interessa por isso", diz. Para Purm, a abertura não só acabaria com um monopólio que já deixou de existir em praticamente todos os países - apenas o Brasil e Cuba continuam com o monopólio governamental do setor -, como traria sofisticação ao mercado brasileiro. "Existem muitas linhas de resseguro que não estão disponíveis para o Brasil, o que impede o lançamento de alguns produtos". Segundo ele, as pequenas companhias brasileiras, caso o mercado seja aberto, terão a oportunidade de ter um foco cada vez maior em nichos específicos. "Para que isso ocorra é preciso ter uma participação muito grande dos resseguradores na divisão dos riscos, o que ainda não acontece no País". O presidente da XL Insurance - um dos grandes resseguradores internacionais - no Brasil, Luiz Carlos Del Boni, acredita que a maior vantagem da abertura será o barateamento dos produtos para a população. "Não haverá mais a taxa de intermediação cobrada pelo IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), que encarece alguns tipos de seguros". Del Boni, no entanto, defende que se fortaleça o IRB para que, num ambiente de maior concorrência, o órgão possa continuar atuando como uma companhia de resseguros. "Ninguém quer que o IRB seja destruído pela abertura, mas que se preserve sua importância". Segundo o executivo, é necessário que a quebra do monopólio seja feita de forma gradual, criando-se uma reserva de mercado para o IRB, que deve diminuir ao longo do tempo. "Com isso, acredito que a entidade vai ter condições de continuar como um agente importante do mercado".

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