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Mercado avalia medidas do BC e noticiário

Medidas do BC para conter a alta do dólar ainda devem exercer influências nas cotações. Por outro lado, o noticiário interno e externo e os vencimentos de títulos e contratos cambiais aumentam as tensões.

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado financeiro amanhece com várias novidades para digerir durante o dia. Quase todas adicionam tensões ao mercado e tendem a contribuir para novas altas nas cotações do dólar. Mas as apostas nessa trajetória não são consensuais devido à repercussão que ainda podem ter as medidas anunciadas na sexta-feira pelo BC e que restringem a liquidez dos bancos e os limites para a exposição em câmbio. Na abertura dos negócios, às 10h07, o dólar comercial estava sendo vendido a R$ 3,830, em alta de 0,26% em relação ao fechamento de sexta-feira. Veja aqui a cotação do dólar dos últimos negócios. Já no mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003, negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), pagavam taxas de 21,750% ao ano, frente a 21,600% ao ano negociados na sexta-feira. A Bolsa de Valores de São Paulo operava em queda de 1,21%. As medidas do BC foram consideradas fortes e de impacto. Mas os especialistas explicam que, depois do primeiro efeito sentido nas cotações (sexta-feira o dólar recuou 4,01%), novos impactos devem se diluir entre hoje e quarta-feira, prazo que as instituições têm para se ajustarem às novas regras. Até lá seguem as pressões dos vencimentos públicos e privados e um noticiário tenso. Entre as novidades de hoje e que somam pressões ao dólar, na avaliação dos analistas, os destaques devem ser os resultados das duas primeiras pesquisas eleitorais para o segundo turno, divulgados no final de semana. Ambos apontaram para o rumo que o mercado não gostaria de seguir: larga vantagem de Lula sobre Serra. Segundo o Vox Populi, o candidato petista possui o dobro das intenções de voto de seu adversário com 60%, contra 30%. No Datafolha, Lula aparece com 58% e Serra com 32%. Além disso, os especialistas esperam um dia nervoso no mercado externo, após os atentados de Bali. A perspectiva é de que esses eventos coloquem mais lenha na fogueira das incertezas quanto à realização de guerras no Oriente Médio e quanto à recuperação das economias desenvolvidas, principalmente a norte-americana. Nos EUA é feriado, mas as bolsas funcionam e, há instantes, os mercados futuros apontavam para um dia de perdas no mercado acionário daquele país. Internamente, o destaque desta manhã deve ser o novo leilão de contratos atrelados à variação cambial que visa dar continuidade à rolagem do vencimento do dia 17. Entre as 12 às 13 horas, O BC fará uma oferta de até 26.500 contratos cambiais com três vencimentos e um valor financeiro de cerca de US$ 1,3 bilhão. Serão ofertados até 14.200 contratos com vencimento em 1/11/2002; até 4.300 contratos de 3/7/2006; e até 8.000 contratos de 2/1/2008. O resultado da operação será divulgado pelo BC a partir das 14h30. Na sexta-feira, o BC ofertou três vencimentos de contratos cambiais, mas aceitou propostas apenas para os contratos mais curtos (1º/11/2002). O valor financeiro da venda totalizou US$ 501 milhões. E, com esta tranche, o BC já rolou cerca de US$ 1,1 bilhão ou 31% do total de US$ 3,6 bilhões em títulos e contratos cambiais que vencem na próxima quinta-feira. A taxa paga pelos contratos curtos na sexta-feira ficou em 47,36%.

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