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Mercado corrige queda das ações da Petrobrás

Durante o dia, as ações da empresa reverteram a tendência de queda apresentada no início da manhã. O que provocou a reversão da tendência foram notícias de que a empresa estava buscando alternativas para diminuir o tempo de paralização das operações na região da plataforma.

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois da baixa das ações da Petrobrás ontem, em função do acidente na plataforma na Bacia de Campos, as ações da empresa voltaram a subir nessa sexta-feira. As ordinárias (ON, com direito a voto) registraram valorização de 3,00% em relação ao fechamento de ontem. Já as preferenciais (PN, sem direito a voto) subiram 1,39%. Ontem, no final do dia, a queda era de 5,15% para as ordinárias e 7,78% para as preferenciais. Durante o dia, as ações da empresa reverteram a tendência de queda apresentada no início da manhã. Os papéis já abriram em baixa e chegaram a registrar queda de 1,29%, no caso das ordinárias, e de 2,28% para as preferenciais. De acordo com Alexandre Malfitani, administrador de renda variável do Deutsche Bank Investimentos, os investidores avaliaram que o pessimismo estava exagerado. O que provocou a reversão da tendência foram notícias de que a empresa estava buscando alternativas para diminuir o tempo de paralização das operações na região da plataforma. "O tempo, que antes se estimava de dois a dois anos e meio, caso a plataforma afundasse, passou para seis meses, devido às opções que a empresa já está estudando para evitar que a produção fique parada", explica. Júlio Ziegelmann, diretor de renda variável da BankBoston Asset Management (BAM), destaca que o mercado recebeu informações durante todo o dia de que a Petrobras está atenta ao problema e que os cálculos de perdas são menores do que se avaliava ontem no final do dia. Além disso, segundo o diretor, a forte alta que o dólar vem apresentando também melhora o resultado da empresa, o que favoreceu a alta das ações. Analistas mantêm a recomendação de compra da ação A Salomon Smith Barney mantém a recomendação de compra para as ações da Petrobrás, após o acidente. Entretanto, a analista Patricia Bueno-Kearns está colocando suas projeções para a estatal em revisão. Na avaliação de Patricia, o Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, da sigla em inglês) da Petrobrás poderá cair 5% em 2001, para US$ 9,5 bilhões, caso ela tenha mesmo que substituir a plataforma. Para 2002, haveria nova redução na geração de caixa da companhia, de 7%, para US$ 8,8 bilhões. Ziegelmann também mantém a recomendação de compra, mas alterou o preço-alvo da ação de R$ 78,00 para R$ 72,00. Isso significa um ganho para as preferenciais de 39,80%, em relação ao fechamento de hoje para o período de um ano e de 30,19% para as ordinárias. Em função do acidente, a Petrobrás pode inclusive adiar emissão de lote de US$ 300 milhões de bônus no exterior, segundo Ronnie Vaz Moreira, diretor financeiro da empresa. A companhia já havia anunciado que nos próximos 18 meses iria lançar US$ 1,8 bilhão em bônus.

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