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Mercado de autoprodução cresce e de energia livre recua

Por Alaor Barbosa
Atualização:

Após atingir o recorde de 8 mil megawatts (MW) médios registrados em agosto do ano passado, o mercado livre de energia elétrica registrou queda nos meses seguintes, embora continue em patamar superior ao observado em 2006. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o mercado livre movimentou 7.859 MW médios em novembro, o que representa queda de 1,3% em relação ao pico de agosto. Em relação a novembro de 2006, porém, o mercado apresentou aumento de 2,75%, representando quase 24% do mercado total de energia elétrica no País. Enquanto o mercado livre dá sinais de exaustão, o segmento de autoprodução registrou aumento de 85,45% em novembro do ano passado, quando comparado a novembro de 2006, atingindo 1.122 MW médios. Em 12 meses, esse segmento cresceu cerca de 330 MW médios, o que corresponde a uma hidrelétrica de médio porte. No sistema de autoprodução, as empresas geram a própria energia, seja através da compra de participações em hidrelétricas ou através de processos internos às suas atividades, como as siderúrgicas, mineradoras e fabricantes de papel e celulose. A Vale do Rio Doce e o grupo Votorantim estão entre os maiores autoprodutores de energia elétrica no País. Com o avanço na autoprodução e do mercado livre, o mercado cativo, atendido pelas 64 distribuidoras existentes no País, perdeu cerca de 2 pontos porcentuais em participação no mercado nos últimos dois anos. Em novembro de 2005, as distribuidoras respondiam por 75,86% da energia elétrica consumida no Brasil e essa participação caiu para 73,06% em novembro de 2006 e para 72,64% em novembro de 2007. As distribuidoras compensaram parte dessas perdas ampliando a presença no mercado livre, através de comercializadoras ligadas ao grupo. Para o diretor da Comerc, Marcelo Parodi, especializado na comercialização de energia elétrica no mercado livre, o aumento na produção própria reflete a preocupação das empresas com a questão energética. "O assunto passou a ser uma das prioridades das grandes empresas brasileiras, especialmente do setor industrial", observou. Segundo ele, nas novas plantas industriais as empresas estão buscando otimizar o aproveitamento de resíduos para a geração de energia elétrica, ao contrário do que ocorria no passado, quando simplesmente conectavam a fábrica às redes de transmissão do sistema integrado (SIN), ampliando o mercado das distribuidoras e geradoras.

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