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Mercado de imóveis ainda está abaixo do potencial

A mais recente pesquisa do sindicato da habitação (Secovi-SP) mostra a extensão das dificuldades do segmento imobiliário

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Por Redação
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A mais recente pesquisa do sindicato da habitação (Secovi-SP) mostra a extensão das dificuldades do segmento imobiliário. Na capital, maior mercado do País, só 828 unidades foram comercializadas e 1.099 imóveis foram lançados em julho. Comparativamente a junho, as quedas foram de 60,5% e de 49,5%. Em relação a julho de 2015, as vendas caíram 20,5%, mas os lançamentos cresceram 33,2%. Sazonalmente, julho é um mês ruim para vendas, mas neste ano foi pior que o esperado. Entre janeiro e julho de 2015 e de 2016, o número de imóveis lançados caiu de 10.852 para 6.830, pouco mais de 40% dos lançamentos de igual período de 2013 e cerca de um terço dos lançamentos dos primeiros sete meses de 2008 (o melhor em 13 anos). Apesar da diminuição da oferta, os estoques atingiram 24.627 unidades e a queda é lenta. Com a crise, predominam a oferta e as vendas de imóveis com preços entre R$ 225 mil e R$ 500 mil e área útil igual ou inferior a 65 m². São valores muito inferiores à média das unidades situadas em regiões centrais. Só no caso de imóveis de valor inferior a R$ 225 mil a velocidade de vendas está em níveis satisfatórios, evitando os ônus da acumulação de estoques. Em julho, o maior volume de vendas ocorreu na região sul da capital, que superou a região leste, por esse critério. A construção civil é um dos pilares do investimento e da retomada do crescimento econômico. Mas a criação de condições favoráveis depende da queda da inflação e dos juros, adequando melhor as prestações à renda dos mutuários. O mercado imobiliário depende, portanto, dos resultados da política econômica do governo Temer. Empresários da construção civil têm proposto ao governo elevar os limites das operações do Sistema Financeiro da Habitação e maiores facilidades para o uso dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço com vistas a fortalecer o mercado imobiliário. Mas, excetuados nichos de mercado, parece improvável que uma recuperação se viabilize apenas com mudanças de regras e maiores facilidades creditícias, enquanto persistirem graves problemas macroeconômicos – fragilidade do emprego e da renda dos compradores potenciais, incerteza quanto à saída da recessão e a queda dos juros. Tem razão o presidente do Secovi, Flavio Amary, ao enfatizar a importância da redução de juros para o segmento. A questão é em que velocidade será possível promover essa redução.

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