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Mercado de juros segue corrigindo otimismo

Operadores dizem que o comportamento de alta das taxas futuras do mercado não expressa nervosismo, mas apenas corrige o otimismo exagerado em relação ao futuro do juro.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os juros futuros prosseguiram em alta esta manhã, refletindo o crescimento do número dos que acreditam que o Copom deve manter a taxa de juro estável na próxima reunião, marcada para os dias 13 e 14 de fevereiro. Operadores dizem que o comportamento do mercado não expressa nervosismo, mas apenas corrige o otimismo exagerado em relação ao futuro do juro. "A avaliação do mercado é que é melhor garantir um prêmio mais alto, mesmo para os contratos de prazo mais longo, porque o cenário continua incerto no curto prazo", observa um profissional. A preocupação com o rumo da economia norte-americana acendeu luz amarela para o mercado em relação à continuidade do ingresso de recursos externos ao País. Afinal, o desaquecimento naquele país, além de prejudicar a balança comercial brasileira, pode levar investidores externos a reverem o destino de seus recursos no mundo todo. Essa preocupação, que ainda está no campo da suposição, levou os profissionais a atentarem para questões como a da balança comercial, que não dá qualquer sinal de recuperação, ou às disputas comerciais entre Brasil e Canadá, que podem ter efeitos negativos sobre as exportações do País. Esse cenário mais conturbado, embora não abale o otimismo com a economia para o ano, é propício para alta do dólar - e, consequentemente, para cautela em relação ao espaço para uma queda de taxa de juros. "Em momento em que o investidor estrangeiro está em stand by, não parece sensato mexer em juros", comenta um profissional. Hoje, mais uma notícia ruim. Segundo apurou a editora Regina Cardeal, a Merrill Lynch elevou o peso de México em sua cateira latino-americana, transformando o país em seu mercado favorito na região para o curto prazo. Ao mesmo tempo, a empresa reduziu sua exposição ao Brasil. O México representa agora 44,3% da carteira latino-americana ante participação de 38,5% anteriormente, e continua "overweight" (acima da referência do mercado). O Brasil continua "overweight", mas a alocação recomendada para o País caiu de 48,2% para 42,4%. Por ora, a avaliação dos operadores é de que o Copom pode optar por manter o juro inalterado, esperando, por exemplo, mais números sobre a economia norte-americana e a conclusão da votação no Congresso, que acontece no mesmo dia da reunião que definirá o rumo da Selic.

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