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Mercado descola de exterior e dólar cai por ingressos

Por JOSÉ DE CASTRO
Atualização:

Destoando do mercado externo, o dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira, quebrando uma sequência de três altas por ingressos pontuais de recursos, em meio a um volume de negócios já afetado pela aproximação do final do ano. A moeda norte-americana caiu 0,41 por cento, a 1,708 real na venda. Em dezembro, a cotação acumula baixa de 0,35 por cento, enquanto que no ano a desvalorização é de 2,01 por cento. "Está tendo um pouco mais de entradas de divisas, e isso está respondendo por essa queda do dólar", afirmou Jorge Knauer, diretor de tesouraria do Banco Prosper. "O fato é que com esse dia fraco de volume no mercado, qualquer volume de entradas, por menor que seja, é suficiente para levar o dólar para baixo.". De acordo com dados parciais da clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa, até o fechamento das operações locais haviam sido negociados cerca de 2,4 bilhões de dólares. Para efeito comparativo, o giro na última segunda-feira chegou a cerca de 4,5 bilhões de dólares, ao passo que a média do mês soma em torno de 3,1 bilhões de dólares. O mercado local destoava do movimento no segmento global de moedas, em que o dólar ganhava terreno ante uma cesta de divisas, amparado principalmente por mais um dia de depreciação do euro. A moeda única europeia caiu abaixo da média móvel de 200 dias ante a norte-americana e atingia as mínimas históricas frente ao franco suíço e ao dólar australiano, ainda pressionada por temores com uma crise de dívida no velho continente. No mais recente revés aos esforços de autoridades europeias para conter os problemas na região, a Moody's disse nesta segunda-feira que pode cortar os ratings de alguns bancos espanhois. A ameaça vem após a agência de classificação de risco rebaixar na sexta-feira a nota de crédito da Irlanda. Não bastassem tais problemas, investidores especulam que instituições bancárias da França e Bélgica possam ser os próximos alvos. "Achamos que o euro está numa posição vulnerável, o que pode trazer alguns riscos para as moedas da América Latina em 2011", escreveram os estrategistas de câmbio do BNP Paribas, em relatório. Os profissionais consideraram também que a recente série de altas do dólar frente ao real inspira atenção dos investidores. "Na América Latina, o real foi a moeda que mais se desvalorizou na sexta-feira. Com o ambiente externo ainda relativamente incerto, o real continua do lado mais fraco", avaliaram. "Fechamos nossa exposição comprada em real (aposta em alta ante dólar) e vamos esperar que a cotação alcance qualquer um dos extremos da recente faixa de oscilação (1,68 real-1,73 real) para abrir posições táticas." Na sexta-feira, o dólar subiu 0,76 por cento, marcando a terceira valorização diária consecutiva. No período, a cotação acumulou ganho de 1,2 por cento.

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