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Mercado digere embargo europeu e ações de frigoríficos sobem

Ações de JBS e Minerva acumularam ganhos, até terça-feira, de 4,9% e 17,12%, respectivamente

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Por Redação
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As ações dos três frigoríficos de carne bovina do Brasil listados na Bovespa, em território positivo no mês de fevereiro, indicam que o mercado já digeriu o embargo europeu ao produto in natura do país e apontam que as perspectivas para as empresas com unidades no exterior são favoráveis, disseram analistas. "As pessoas viram que o embargo pode não ser tão ruim", afirmou analista Rafael Cintra, da Link Investimentos, citando alguns fatores positivos para as empresas. Desde 31 de janeiro, a União Européia, o mercado que paga melhor pela carne bovina do Brasil, proibiu as importações de carne fresca brasileira, alegando problemas de rastreabilidade do rebanho. Mesmo assim, as ações de JBS e Minerva acumularam ganhos, até terça-feira, de 4,9 por cento e 17,12 por cento, respectivamente. Os papéis do Marfrig tiveram queda no mesmo período de 0,55 por cento, mas operavam em alta de mais de 3 por cento perto do fechamento nesta quarta-feira, mesma tendência verificada nas ações de JBS e Minerva, que subiam 6,4 por cento e 2 por cento, respectivamente. Segundo Cintra, o mercado avalia que o Brasil poderá exportar mais carne processada para a União Européia, o que amenizaria as perdas decorrentes do veto ao produto in natura. Além disso, as empresas poderiam embarcar para a UE por meio de suas unidades no exterior. "O Friboi (JBS) e o Marfrig conseguem exportar, e em função do embargo à carne brasileira os preços aumentam na Europa." Segundo ele, o JBS está mais diversificado e consegue exportar por meio de suas unidades dos EUA, Austrália e Argentina. Já o Marfrig tem produção no Uruguai. Além disso, ressaltou o analista, a unidade do JBS poderia ganhar mercado nos EUA após um frigorífico norte-americano, o Hallmark/Westland, ter anunciado um "recall" voluntário de carne bovina. Segundo o governo norte-americano, a Hallmark violou regras de abates. "Pior do que está não pode ficar", acrescentou um segundo analista, que pediu para não ser identificado. "Essa fase emocional com o embargo europeu já passou, já foi absorvido pelo mercado. Estamos agora na fase de construir algo", disse ele. Segundo o especialista, após a visita da missão européia ao Brasil, na próxima semana, é provável que sejam definidas as 300 fazendas que atendam as exigências da UE de rastreabilidade, como os europeus queriam. "A partir dessa lista inicial, o número de propriedades (habilitadas a fornecer gado para a produção de carne para exportação à UE) cresceria mês a mês." O Ministério da Agricultura do Brasil anunciou na semana passada que ficará a cargo dos europeus a escolha das fazendas. (Por Roberto Samora)

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