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Mercado divide atenções entre Bush e eleições

Os investidores permanecem cautelosos com as dificuldades no cenário internacional e as incertezas que ainda cercam a sucessão presidencial. Banco Central tem intervido no câmbio para segurar cotações.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os mercados, tanto no Brasil como no exterior, tiveram uma semana de poucas oscilações e relativa estabilidade nas cotações. O aniversário dos atentados do 11 de setembro no meio da semana esfriaram os negócios, e os mercados reagiram como em uma semana de feriado. O que pesa mais é a indefinição quanto à invasão norte-americana no Iraque, os riscos de recessão mundial e, no Brasil, a sucessão presidencial. O discurso do presidente George W. Bush na abertura da 57ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) foi claro. Ele exigiu o cumprimento das resoluções referentes ao Iraque, ou os Estados Unidos invadirão o país, sob os auspícios da ONU. Ainda falta convencer outros membros do Conselho de Segurança e aliados no mundo árabe, mas o pronunciamento foi bem recebido. Também não está descartada a possibilidade de ação isolada dos EUA e um punhado de aliados. Mesmo que a guerra não seja para já, o importante para os mercados é que ela deve manter os preços do petróleo pressionados. Além disso, os riscos envolvidos numa ação militar no turbulento Oriente Médio devem manter os investidores cautelosos. O próprio presidente do Fed - banco central norte-americano -, Alan Greenspan, afirmou ontem que uma ação não deve ter efeito grave sobre a economia, mas apenas se for limitada e curta. De qualquer forma, a economia norte-americana não vai bem. Os indicadores divulgados e as análises do Fed indicam que há um pequeno crescimento, mas desigual e inconsistente. O medo dos analistas é que haja uma volta ao quadro recessivo, agora sem a possibilidade de tentar estimular a economia com queda nos juros, porque o juro real está próximo de zero. Ao contrário, Greenspan alertou que se o déficit orçamentário deste ano tornar-se a regra, a tendência para os juros será de alta. No Brasil, além de todos os efeitos da crise internacional, há as incertezas com as eleições. Os avanços de José Serra (PSDB/PMDB), o favorito dos mercados, agradaram. Mas a candidatura ainda tem de crescer muito nas três semanas que restam até o primeiro turno para que fique afastada uma reação de Ciro Gomes (Frente Trabalhista) e para que ele tenha chance de vencer Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PL) no segundo turno. Lula, aliás, com 40% nas pesquisas eleitorais, não está tão distante da metade dos votos válidos necessária para vencer já em 6 de outubro, o que preocupa o mercado. Mercados O dólar comercial foi vendido a R$ 3,1260 nos últimos negócios do dia, em alta de 0,68% em relação às últimas operações de ontem. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 20,390% ao ano, frente a 20,330% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 0,10% em 10172 pontos. Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 2,35% (a 8379,4 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - caiu 2,72% (a 1279,68 pontos). O euro fechou a US$ 0,9820; uma alta de 0,67%. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em alta de 2,23% (394,75 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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