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Mercado eleva previsão do IPCA em 2008 para 6,4%

Por AE
Atualização:

O mercado elevou, pela décima quinta vez consecutiva, a previsão da inflação oficial do País, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para este ano. Segundo estimativas contidas na Pesquisa Focus, compilado das principais projeções macroeconômicas de instituições financeiras divulgado hoje pelo Banco Central, o IPCA deve encerrar 2008 em 6,4%, ante previsão de 6,3% na semana passada. Para 2009, a previsão também aumentou, pela quarta vez seguida, passando de 4,8% para 4,91%. Em ambos casos, as previsões estão acima do centro da meta de inflação, definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos porcentuais, ou seja, entre 2,5% e 6,5%. Para os Índices Gerais de Preços (IGPs), calculados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e que trazem o comportamento dos preços no atacado e também o impacto em tarifas públicas e de serviços, as previsões também subiram. O mercado espera agora que o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) encerre 2008 em 11,41%, ante 11,36% na previsão anterior. Já o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) deve ficar em 11,25% este ano, ante expectativa de 11% na semana passada. Para 2009, o IGP-DI deve ficar em 5,3% e o IGP-M, 5,24%. Câmbio e juros Apesar da forte alta do real ante o dólar, que retomou os níveis de 1999 este ano, o mercado ampliou a desvalorização da moeda norte-americana este ano e prevê uma taxa de câmbio de R$ 1,65 no fim de 2008, de R$ 1,67 anteriormente. Em 2009, a estimativa também mudou, passando de R$ 1,77 para R$ 1,75. Já a previsão para a taxa básica de juros, a Selic, não sofreu alteração esta semana. O mercado espera que o BC eleve o juro básico da economia este ano para 14,25% ao ano e que, depois, a Selic caia para 13,5% ao ano em 2009. Atualmente, a taxa básica de juros está em 12,25% ao ano. PIB A estimativa de crescimento da economia brasileira também não sofreu alteração. O mercado manteve a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) de 2008 em 4,8% e para 2009, em 4%. Na sexta-feira da semana passada (dia 4), o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, que assumirá a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, em substituição a Bernard Appy, afirmou que o crescimento econômico do Brasil em 2009 deverá ser de 4,5%, refletindo os choques externos na economia mundial e as medidas adotadas pelo governo para combater a inflação. Antes disso, tanto Barbosa quanto os demais integrantes do Ministério da Fazenda falavam de crescimento de 4,5% a 5% para 2009, sendo o limite superior a projeção oficial do governo. Contas externas Em relação à balança comercial brasileira, o mercado reduziu a projeção de superávit comercial no ano, de US$ 23 bilhões para US$ 22,81 bilhões. Com isso, a estimativa é de que a conta corrente (saldo de todas as transações do País com o exterior) encerre o ano deficitária em US$ 23,57 bilhões, ante previsão de US$ 23 bilhões. Para 2009, as previsões também pioraram. O mercado espera que a balança comercial encerre o ano que vem com um superávit de US$ 15 bilhões, de US$ 15,21 bilhões, e fique com a conta corrente deficitária em US$ 32,50 bilhões, ante US$ 31,9 bilhões previstos na semana passada. Investimentos A previsão para o Investimento Estrangeiro Direito (IED) em 2008 também piorou e caiu para US$ 33,5 bilhões, de US$ 34 bilhões previstos. Para 2009, o número se manteve em US$ 30 bilhões.

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