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Mercado em compasso de espera

As cotações vêm oscilando pouco, próximas dos fechamentos de ontem. Isso se deve à expectativa de um resultado nas negociações entre o governo brasileiro e o FMI para evitar o contágio da crise argentina e também da aprovação do ajuste fiscal argentino no Senado.

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado financeiro interrompeu o movimento de relativo otimismo dos últimos dias e espera definições. Ontem, o dólar e as taxas de juro projetadas no mercado de futuros recuaram, reagindo à perspectiva da consolidação do ajuste fiscal na Argentina e do acordo do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas hoje, o mercado optou por uma pausa até que os fatos sejam confirmados e as cotações oscilam próximo dos fechamentos de ontem. Ainda não houve qualquer sinalização oficial sobre o volume de recursos que será liberado pelo FMI, que terá por objetivo amenizar os efeitos no câmbio brasileiro de um eventual colapso econômico na Argentina. A única coisa que se sabe é que há uma equipe brasileira em negociação com o fundo. Mas, embora não haja indicação formal, o mercado já estabeleceu suas metas. A expectativa é que o Brasil obtenha um volume entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões, e quanto mais, melhor. A espera por essa definição pode ser uma razão para inquietação e, no mínimo, impede a continuidade da tendência de recuperação. Também mantém o mercado em ritmo de compasso de espera a discussão, no Senado argentino, do programa de ajuste fiscal da Argentina, que deve começar hoje. O chefe de gabinete da Presidência da Argentina, Chrystian Colombo, afirmou esta manhã que o governo não aceita discutir o conteúdo do ajuste, que já foi aprovado pela Câmara. Se houver algum retrocesso no que foi aprovado pela Câmara, é provável que o mercado questione a capacidade de Cavallo prorrogar o desfecho para depois de outubro. Vale reforçar que o ajuste fiscal é encarado pelo mercado como um instrumento para que a Argentina obtenha um fôlego para retardar uma ruptura traumática, e não como uma solução de longo prazo. No entendimento dos analistas, os números do segundo semestre vão continuar ruins. O governo argentino já admite que o PIB do terceiro trimestre poderá registrar crescimento pífio, de 0,2%, distante da previsão anterior de 2,5%. Se isso ocorrer, a Argentina teria de crescer 7% no último trimestre para fechar o ano com crescimento dentro da nova meta de crescimento que deverá ser estabelecida pela missão do FMI que está avaliando as contas do país. Informações preliminares indicam que a arrecadação de julho deve continuar mostrando queda e, em junho, a atividade industrial deve registrar recuo de 3%. "A Argentina vai ficar presa numa armadilha que resultará em ruputura financeira. Se for uma ruptura educada, será chamada de reestruturação, se for desordenada será moratória", afirma Alexandre Schwartsman, economista da Corretora BBA/Icatu. Números dos mercados Às 15h, o dólar comercial para venda estava cotado em R$ 2,4600, com alta de 1,86%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano -pagavam juros de 24,698% ao ano, frente a 24,200 % ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operava em queda de 1,51%. O índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires apontava queda de 3,23%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - estava em queda de 1,47%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - operava em queda de 1,49%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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