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Mercado espera Copom e pesquisa

As cotações do mercado mantiveram-se relativamente estáveis, e longe de indicarem qualquer otimismo. A maioria dos analistas espera que o Copom não altere a Selic amanhã e que Ciro Gomes consolide-se no segundo lugar na pesquisa do Ibope.

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado observou as cotações hoje oscilarem em torno dos valores de fechamento de ontem, refletindo pessimismo com o cenário atual. Por um lado, a crise das bolsas norte-americanas continua se aprofundando. E internamente a sucessão presidencial está muito favorável aos dois candidatos da oposição. Logo mais deve ser divulgada a última pesquisa do Ibope, indicando problemas para o candidato do PSDB, José Serra, o preferido do mercado. Dadas todas essas variáveis negativas, não se espera redução da Selic, a taxa básica referencial de juros da economia, atualmente em 18,5% ao ano. Na reunião iniciada hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) discute um possível corte na Selic. Segundo analistas, os números da inflação pioraram em relação à reunião do mês passado, mas as metas de inflação foram elevadas. Como a economia vem crescendo em ritmo lento, não há muito espaço para remarcações, e haveria folga para uma redução pequena dos juros. O patamar elevado do dólar e as pressões nos juros de mercado são resultado do quadro político e internacional, o que permitiria o corte. Mas o caráter conservador do Copom e as turbulências nos mercados reforçam apostas em manutenção. Um dos principais motivos do pessimismo de hoje é que, para a pesquisa do Ibope, os boatos são de que Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, tenha isolado-se em segundo lugar, com vantagem de quatro a oito pontos em relação ao governista José Serra, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, segue com liderança confortável. Esse é um resultado ainda considerado indesejável pelo mercado, mesmo com a projeção de que Ciro venceria Lula no segundo turno. O dólar comercial foi vendido a R$ 2,8720 nos últimos negócios do dia, em alta de 0,70% em relação às últimas operações de ontem, oscilando entre R$ 2,8570 e R$ 2,8830. Com o resultado dessa sexta-feira, o dólar acumula uma alta de 24,01% no ano e 1,84% em julho. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 23,250% ao ano, frente a 23,150% ao ano ontem. Já os títulos com vencimento em julho de 2003 têm taxas de 27,050% ao ano, frente a 26,300% ao ano negociados ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 0,53% em 10577 pontos e volume de negócios fraco, de 383 milhões. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma baixa de 22,10% em 2002 e 5,05% só em julho. Das 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa -, 13 apresentaram altas. O principal destaque foram os papéis da Embratel, que continua com perspectivas ruins com a provável concorrência de empresas de telefonia fixa. As ações PN (preferenciais, sem direito a voto) caíram 7,04%, e as ON (ordinárias, com direito a voto), 4,91%. Nos Estados Unidos, as quedas nas bolsas seguem firmes apesar do discurso no Senado do presidente do Fed (banco central norte-americano), Alan Greenspan, ressaltando que a economia está firme e crescendo acima do previsto. Ele condenou as inúmeras fraudes contábeis e falou em penas rígidas contra as irregularidades, mas não acenou com queda dos juros. Ao contrário, cogita-se uma elevação no futuro. O mercado não viu elementos no discurso para reverter o pessimismo. O Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 1,92% (a 8473,1 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - caiu 0,53% (a 1375,26 pontos). Às 18 h, o euro era negociado a US$ 1,0116; uma alta de 0,70%. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em alta de 4,06% (376,69 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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