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Mercado espera diretrizes para a 'nova Petrobrás'

Empresa precisa sinalizar como pretende conduzir o plano de negócios dos próximos anos

Por Antonio Pita
Atualização:

Para que a publicação do balanço financeiro, prevista para hoje, funcione como uma "repactuação" entre a Petrobrás e o mercado, como espera o governo, a companhia terá que avançar nas informações sobre seu futuro. Mais do que reconhecer os erros passados, o mercado espera que o novo presidente da empresa, Aldemir Bendine, apresente diretrizes concretas para a "nova Petrobrás", com informações sobre o plano de negócios dos próximos anos e de venda de ativos. "Ninguém espera que haja uma grande mudança na empresa, mas que sejam apresentadas medidas viáveis para conter a alavancagem e o endividamento", avalia o consultor Pedro Galdi. "Também deveriam ser anunciadas indicações sobre a venda de ativos, o preço internacional do petróleo e a cotação do câmbio", completa. No último encontro, em janeiro, ainda na gestão de Graça Foster, os diretores previam um corte de até 20% de investimentos e cotação internacional entre US$ 50 e US$ 70 por barril, com estabilização só no fim do ano. Já o câmbio ficaria numa média de R$ 2,85, valor já superado - a moeda americana fechou a R$ 3,02 na segunda-feira, pela cotação comercial. Os temas deverão ser detalhados após a publicação dos dados financeiros, em entrevista coletiva com a nova diretoria da companhia - será a primeira manifestação formal dos executivos. Amanhã também está prevista uma teleconferência com investidores e analistas, quando Bendine deverá detalhar financiamentos de R$ 29 bilhões obtidos nas últimas semanas. A divulgação do balanço está condicionada à aprovação do Conselho de Administração. A reunião do colegiado está marcada para às 11 horas, na sede da companhia, no Rio, e deverá terminar até as 16 horas, segundo a agenda pública do diretor de governança, João Elek. Não há expectativa de que a reunião se prolongue, uma vez que integrantes da diretoria financeira discutiram a metodologia com alguns integrantes do colegiado. Os critérios de cálculos de perdas também foram debatidos previamente com a SEC e a CVM, órgãos reguladores do mercado nos EUA e no Brasil, respectivamente.

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