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Mercado: estabilidade interna e tensão externa

Há meses que se observa uma contradição entre o bom cenário interno e instabilidade internacional. O receio, no momento, é de que a economia dos EUA entre em recessão, ou mesmo que tenha uma desaceleração abrupta.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os mercados no Brasil vivem versões diferentes dessa dualidade há alguns meses. Ora predominam os bons fundamentos da economia brasileira, cada vez mais consolidados nas opiniões dos analistas, ora as oscilações e incertezas dos mercados externos. As preocupações voltam-se para a economia dos Estados Unidos. Temia-se no ano passado que ela estivesse excessivamente acelerada. Então, o FED - banco central norte-americano - passou a elevar as taxas de juros a partir de junho de 1999. Porém, a dose pode ter sido exagerada. Agora o receio é que o declínio nas taxas de crescimento da economia seja abrupto, podendo até resultar em uma recessão. Na sexta-feira, será divulgado o PPI (índice de preços ao atacado), um dos mais importantes medidores da atividade econômica. O mercado estará observando com atenção. De qualquer maneira, não se questiona que o desaquecimento tenha ocorrido. Mesmo que ele seja suave como o desejado pelos investidores, deve prejudicar os resultados das empresas. Passado os feriados, começam as divulgações de balanços do quarto trimestre de 2000, que devem trazer muitas oscilações às bolsas norte-americanas. Amanhã saem os resultados da Motorola e Yahoo!. Mercados brasileiros estão cautelosos, mas otimistas Mas ontem os preços do petróleo - outro fator de instabilidade - caíram e, apesar das quedas das bolsas nos EUA, os mercados brasileiros operaram otimistas, mesmo que cautelosos. Predomina, de maneira geral, uma estabilidade com tendência de alta na Bolsa de Valores de São Paulo, estabilidade nas cotações do dólar em torno do patamar de R$ 1,95 e nos juros. Os investidores apostam na queda da Selic - a taxa básica referencial da economia, atualmente em 15,75% - na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), dias 16 e 17, mas ainda há divergências sobre qual seria a nova taxa. Resta saber qual efeito as oscilações esperadas nas bolsas estrangeiras, em especial nos Estados Unidos, terão nos mercados brasileiros. Mesmo com um cenário interno bastante positivo, com crescimento econômico e inflação em queda, se os fluxos de investimentos do exterior forem prejudicados, será difícil que o otimismo continue.

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