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Mercado incerto até decisão do FED

A decisão do FED é aguardada pelos investidores. A expectativa é de que os juros norte-americanos fiquem estáveis em 6,5% ao ano. O mercado financeiro brasileiro mantém-se em compasso de espera.

Por Agencia Estado
Atualização:

O banco central norte-americano (FED) decide hoje a nova taxa de juros nos Estados Unidos. Desde junho de 1999, o FED já promoveu seis aumentos das taxas. Em maio desse ano, em sua última alteração da taxa, o banco central dos Estados Unidos deixou os juros em 6,5% ao ano. O objetivo da instituição é conter pressões inflacionárias e desaquecer a economia dos EUA de forma suave. O mercado financeiro brasileiro abre o dia na expectativa da manutenção das taxas de juros nos EUA. Porém, no longo prazo, a maioria dos analistas acredita que os juros norte-americanos ainda terão mais um aumento, que deve acontecer após as eleições presidenciais em 7 de novembro. A decisão do FED será divulgada hoje, no início da tarde. Nesse cenário, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em alta de 0,56% e há pouco operava em alta de 0,95%. O dólar, que apresentou alta de 0,22% ontem, é negociado a R$ 1,8170 na ponta de venda dos negócios no início da manhã. Uma queda de 0,27% em relação aos últimos negócios de ontem. Os juros caíram um pouco e os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - pagam juros de 17,030% ao ano, frente a 17,180% ao ano registrados ontem. Copom decide amanhã taxa de juros no Brasil O Comitê de Política Monetária (Copom) começa hoje sua reunião para reavaliar a taxa básica de juros - Selic - no Brasil. A queda dos juros, que antes era vista como uma certeza por parte dos investidores - agora levanta dúvidas. A pressão nos índices inflacionários e a alta no preço do petróleo podem deixar o Copom mais cauteloso. Nesse caso, a manutenção dos juros em 16,5% ao ano é o mais recomendado pelos analistas. Um outro fator que tem gerado instabilidade no mercado financeiro brasileiro e pode influenciar a decisão do Copom é a situação econômica argentina. No final da semana passada, o governo da Argentina anunciou que pediria ao Fundo Monetário Internacional (FMI) uma revisão de suas metas fiscais. Ontem, a novidade foi que Argentina, de fato, conseguiu um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para aumentar em US$ 300 milhões a meta para o déficit fiscal do país no terceiro trimestre, segundo apurou a repórter Isabel Dias de Aguiar. Mesmo que momentaneamente controlado, o assunto é um fator que pode prejudicar a imagem dos países latino-americanos, inclusive o Brasil, na visão dos investidores estrangeiros. A decisão do Copom, nesse contexto, é muito importante, pois precisa ser bem recebida pelo mercado financeiro. Caso o Comitê reduza as taxas e os investidores interpretem a redução como um otimismo exagerado, as oscilações no mercado podem ficar mais significativas. Leilão deve indicar tendência do mercado de juros O Banco Central leiloa hoje, por intermédio do Tesouro Nacional, um lote de R$ 1,5 bilhão de títulos prefixados de 189 dias e um de R$ 1,5 bilhão de 406 dias. O resultado do leilão será mais um indicador da expectativa dos investidores em relação às taxas de juros.

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