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Mercado instável às vésperas das eleições

Mercado espera o resultado de domingo para dar o próximo passo. Ainda assim, já começam as antecipações dos enormes vencimentos, na segunda quinzena do mês, de títulos cambiais e dívida privada, com pressão sobre as cotações do dólar.

Por Agencia Estado
Atualização:

O dia foi de muitas oscilações no mercado de câmbio, com pequenas intervenções do Banco Central (BC). Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), houve forte alta. Mas, de maneira geral, o pessimismo e a cautela extrema predominam. Os investidores esperam o debate de hoje entre os presidenciáveis na televisão, e, claro, o resultado das eleições no domingo. Um fator importante de pressão é o forte vencimento de dívida pública e privada na segunda semana do mês. Analistas estimam que vencem cerca de US$ 2 bilhões em obrigações de empresas este mês, além dos já previstos US$ 3,62 bilhões em títulos cambiais, o maior do ano, seguido de mais um lote de US$ 1,09 bilhão no dia 23. Esses compromissos devem exercer forte pressão sobre o câmbio, e algumas compras já estão sendo antecipadas, o que mantém o dólar num patamar muito alto. Além disso, não se pode ignorar a instabilidade que cerca a sucessão presidencial. Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PL), continua liderando as pesquisas de intenção de votos com muita folga, mas ainda está pouco abaixo do limite necessário para vencer as eleições já no domingo. Se houver segundo turno, o mais provável é que o seu adversário seja José Serra (PSDB/PMDB), o favorito dos mercados, que está isolado em segundo lugar nas pesquisas, mas muito abaixo de Lula. Mas o debate de hoje na televisão entre os quatro principais presidenciáveis pode alterar esse quadro, que se sustenta por margens estreitas. A esperança de um segundo turno anima os grandes investidores, ainda que as chances de Serra sejam consideradas pequenas. Ou seja, até a definição do nome do próximo presidente e sinais claros de sua política econômica, incluindo nomes de membros da equipe econômica, os mercados devem se manter muito cautelosos. Mercados O dólar comercial foi vendido a R$ 3,7000 nos últimos negócios do dia, em alta de 0,95% em relação às últimas operações de ontem, oscilando entre R$ 3,6500 e R$ 3,7500. Com o resultado de hoje, o dólar acumula uma alta de 59,76% no ano e 19,35% nos últimos 30 dias. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 21,100% ao ano, frente a 20,980% ao ano ontem. Já os títulos com vencimento em julho de 2003 têm taxas de 27,400% ao ano, frente a 26,400% ao ano negociados ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 3,62% em 9139 pontos e volume de negócios de R$ 434 milhões. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma baixa de 32,69% em 2002 e 9,83% nos últimos 30 dias. Das 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa -, três apresentaram altas. Mercados internacionais Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 0,50% (a 7717,2 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - caiu 1,83% (a 1165,56 pontos). Às 18h, o euro era negociado a US$ 0,9881; uma alta de 0,18%. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em alta de 4,01% (407,79 pontos). O dólar oficial para venda fechou cotado a $ 3,72 pesos. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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