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Mercado já prevê deflação em dois índices

Número afeta reajuste de tarifas públicas e aluguéis

Por Fernando Nakagawa
Atualização:

As projeções para a inflação caíram mais uma vez e o mercado financeiro já prevê deflação em 2009 para dois dos mais importantes indicadores de preço. Segundo pesquisa semanal feita pelo Banco Central, há expectativa de números negativos no Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M), que reajusta algumas tarifas públicas e os aluguéis, e para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI). Sem preocupação com a inflação, analistas reforçaram a previsão de que a Selic, taxa básica utilizada como referência pela política monetária, deve seguir inalterada até, pelo menos, setembro de 2010. O levantamento divulgado ontem mostra que a previsão para o IGP-M passou de uma leve queda de 0,01% para uma retração de 0,23% em 2009. Essa foi a 14ª semana seguida de queda das estimativas para o índice. Para o IGP-DI, a trajetória foi idêntica e a aposta passou de uma alta de 0,33% no ano para deflação de 0,18%. A queda das estimativas dos IGPs está diretamente ligada à evolução do dólar. Componente importante dos dois índices, os produtos atrelados em dólar estão ficando cada vez mais baratos com a queda da cotação da moeda estrangeira. Esse movimento de baixa da moeda americana leva o índice para o negativo. No acumulado de janeiro a julho, o IGP-M registra deflação de 1,67%. Em relatório, a consultoria Rosenberg & Associados diz que a queda dos IGPs e o desaquecimento da atividade também estão levando os preços de atacado para o negativo. Os técnicos da consultoria esperam por uma deflação de até 3% no ano nesse segmento. "Seria um disparate dizer que a crise não influenciou a inflação de maneira histórica: os preços industriais não registraram uma alta mensal nem sequer nas 21 leituras recentes. Em 12 meses, esses produtos acumulam o menor resultado desde 1948", ressalta a Rosenberg em relatório divulgado aos clientes. Em linha com o movimento, a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,50% para 4,40% no acumulado de 2009. O IPCA é o índice usado como referência na política de metas de inflação. Com essa redução, o indicador voltou a ficar abaixo do centro da meta de 4,50% no ano. A pressão também diminui nos preços em 2010. Para os analistas, o IPCA deve subir 4,32% no próximo ano. Até a semana passada, a previsão era de 4,35%. Sem preocupações relevantes no campo inflacionário, economistas reafirmaram a previsão de que a taxa Selic deve seguir em 8,75% até, pelo menos, setembro de 2010, mês que antecede as eleições presidenciais. Esse é o último mês que consta na pesquisa do BC. NÚMEROS -0,23% é a retração esperada para o IGP-M em 2009 pela pesquisa Focus -0,18% é quanto o mercado aposta que será o IGP-DI, segundo a pesquisa. Antes, as previsões apontavam para alta de 0,33% -1,67% é a deflação acumulada de janeiro a julho pelo IGP-M 4,4% é a previsão para o IPCA acumulado em 2009

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