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Mercado mantém estabilidade e baixo volume

As variações das cotações ao longo dos últimos dias vêm se anulando, sem marcar tendência clara de alta ou baixa. Pode haver queda dos juros, mas as preocupações com a Argentina e os EUA, e a estabilidade da economia mantêm os investidores cautelosos.

Por Agencia Estado
Atualização:

A ligeira recuperação das cotações ontem ainda mantém-se dentro dos patamares de oscilação dos últimos dias, refletindo a estabilidade da economia e as preocupações com a Argentina e os Estados Unidos. Mas a perspectiva de deflação em fevereiro e março pode dar algum ânimo aos investidores. De qualquer maneira, não se espera que os volumes de negócios, baixos desde dezembro por causa dos feriados dessa época do ano, aumentem antes do dia 18, ou seja, depois da semana do carnaval. Os investidores continuam atentos à divulgação dos índices de inflação. Ontem foi o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de janeiro da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que ficou em 0,57%, dentro das expectativas do mercado. Hoje será divulgado o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Conforme apurou o repórter Francisco Carlos de Assis, o professor de Economia da USP e coordenador do IPC-Fipe, Heron do Carmo, disse hoje acreditar que, se o entrave para a queda de juros é a inflação, o Banco Central já terá espaço para iniciar os cortes ainda neste primeiro trimestre. Segundo ele, fevereiro e março deverão registrar deflação em São Paulo. O governo teme que o crédito mais barato impulsione as compras e os preços saiam da meta, que é bastante apertada para 2002, mas uma queda significativa nos índices pode permitir uma redução dos juros. Cenário externo não ajuda Se internamente não há muitos fatos novos e o clima é de estabilidade, o cenário externo inspira cautela. Nos Estados Unidos, os investidores ainda não se refizeram do susto com o escândalo de manipulação contábil da Enron, e seguem desconfiados da veracidade das informações divulgadas pelas empresas em seus balanços. As autoridades estudam reformas nas regulamentações da contabilidade das empresas, e mesmo os indícios iniciais de retomada do crescimento econômico não estão sendo suficientes para conter as quedas nas bolsas. Argentina ainda preocupa E a crise Argentina continua muito grave. O feriado bancário e cambial foi prorrogado, e o pacote anunciado no final de semana só deve entrar em vigor a partir da próxima segunda-feira. O bloqueio parcial dos depósitos bancários foi flexibilizado, mas o governo impôs novas medidas de restrição à compra de dólares para evitar uma disparada da moeda norte-americana, agora que o câmbio foi unificado com a livre flutuação do peso. Os argentinos, que terão mais recursos disponíveis, só poderão comprar US$ 1 mil por pessoa, e apenas nas casas de câmbio. Os bancos devem entregar todas as suas reservas em dólar ao governo à taxa de $1,40 peso por dólar. Como a cotação no mercado livre já ultrapassa os $2 pesos, a perda para as instituições financeiras é certa. A principal preocupação é quanto à cotação do dólar na reabertura dos negócios. Os bancos também perderam muito com o sistema de pesificação da economia, já que receberão os empréstimos em dólar à taxa de $1 peso e honrarão depósitos na moeda norte-americana a $1,40 peso. Na proposta orçamentária de 2002 que o governo enviou ao Congresso, prevê-se a emissão de títulos para cobrir esse prejuízo, mas não o dos poupadores, que não receberão em dólares, nem à taxa do mercado livre. O projeto mantém vários cortes e prevê mais recessão, embora a previsão de déficit público tenha caído e haja previsão de pagamento dos juros referentes a empréstimos junto a organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ainda há o risco de forte pressão popular, de disparada da inflação, e de agravamento da crise política, já que os três poderes se engalfinham. A Suprema Corte têm tomado decisões que prejudicam a implementação das medidas econômicas, em boicote ao processo de impeachment dos seus juízes, que tramita no Congresso. E o Executivo tenta anular as decisões do Judiciário, mas enfrenta obstáculos constitucionais. Enquanto isso, o feriado bancário acaba sendo prolongado para evitar o caos econômico. Ou seja, ainda não é hora de abandonar a cautela. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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