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Mercado menos tenso, mas cautela permanece

Ainda é cedo para dizer que as expectativas dos investidores com relação ao processo de transição presidencial tenham se tornado positivas, porém o fato é que o clima nos mercados tem sido de instabilidade menor.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os mercados dão sinais de maior confiança em relação ao processo de transição presidencial. Ainda é cedo para dizer que essa é uma mudança de expectativa concreta por parte dos investidores, segundo analistas, mas o fato é que o clima nos mercados tem sido de instabilidade menor (veja no link abaixo os números e as informações no fechamento dos negócios ontem). Nessa quinta-feira, espera-se a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15). Trata-se de um índice inflacionário que mede o comportamento dos preços do dia 15 do mês anterior até o dia 15 desse mês. A expectativa dos analistas aponta para um número entre 0,85% e 0,95%. Em setembro, o IPCA-15 ficou em 0,62%. A inflação tem atraído a atenção dos analistas, dado que os índices têm demonstrando forte alta que, segundo eles, é resultado da valorização do dólar frente ao real. Os preços no mercado interno acabam sendo influenciados, tanto pela importação de produtos quanto de insumos. O fato é que a política monetária tem sido definida pelo cumprimento das metas de inflação que, para 2002, é de 3,5%, com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para baixo ou para cima. Segundo analistas, o IPCA, usado como referência para a meta de inflação, deve encerrar o ano acima do teto da meta, que é de 5,5%. Vale lembrar que inflação em alta não abre a possibilidade de redução das taxas de juros e a expectativa dos analistas é de que a Selic permanece em 21% ao ano até o final de 2002. Ontem, em sua reunião mensal, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter essa taxa depois de tê-la elevado em três pontos porcentuais em reunião extraordinária realizada no início da semana passada. Tendência para o dólar ainda é incerta Com a proximidade da definição das eleições presidenciais, que implica em uma maior clareza sobre a política econômica a ser adotada, a tendência é que as cotações do dólar recuem. Porém, o economista-chefe da ABN Amro Asset Management, Hugo Penteado, destaca que para isso um fluxo positivo de dólares para o país também é necessário, além de expectativas mais favoráveis. Nesse sentido, preocupa a necessidade de moeda estrangeira nos próximos meses. Penteado esclarece que, em novembro, a soma das dívidas públicas e privadas atreladas ao dólar mais o saldo das transações correntes - balança comercial, balança de serviços e transferências unilaterais - é de US$ 2,900 bilhões. Em dezembro, essa soma chega a US$ 5,400 bilhões. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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