26 de março de 2010 | 00h00
O mercado mundial de gás apresentou crescimento vertiginoso nos últimos anos. Agora, há excedente de oferta no mercado externo, com reflexo direto nos preços de venda do produto: a cotação-referência no Atlântico, Henry Hub, estava ontem em US$ 4 por milhão de BTU, um terço do pico atingido antes da crise.
Some-se a isso o desenvolvimento de tecnologias para extrair gás do xisto, que evoluiu no período de crescimento econômico anterior à crise. Expectativas otimistas apontam que o xisto, um tipo de rocha que contém matéria orgânica energética, poderá levar os Estados Unidos à autossuficiência energética. Trata-se do maior consumidor e importador global de gás natural.
As mudanças no cenário têm tirado o sono das empresas do setor, expostas como nunca ao mercado de gás natural. "Onde costumávamos ver um mercado apertado, vemos hoje um mundo inundado de gás", disse, em palestra proferida em Houston, no início do mês, o presidente da Eni, Paolo Scaroni.
Há notícias de suspensão de investimentos em novos campos produtores em todo o mundo. No Brasil, a Petrobrás vem mantendo a produção abaixo da capacidade, com o fechamento de poços, por conta da demanda deprimida.
Situação semelhante vive a Bolívia, cuja produção é fortemente atrelada ao mercado brasileiro.
*REPÓRTER DO "ESTADO" NA SUCURSAL DO RIO
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