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Mercado pessimista com estréia do pacote argentino

As apreensões em relação ao novo pacote argentino, que deve estrear amanhã inspiraram movimentações pessimistas no mercado. O dólar comercial para venda subiu para R$ 2,3740, os juros do DI a termo de um ano subiram para 19,060% ao ano e a Bovespa caiu 1,47%.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os mercados tiveram um dia pessimista apesar da forte captação de dólares do Brasil nos mercados internacionais ontem (de US$ 1,25 bilhão) e da declaração do diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Daniel Gleizer, de que os investimentos diretos estrangeiros no Brasil ficaram perto dos US$ 23 bilhões em 2001, acima da estimativa já surpreendente de US$ 19 bilhões da semana passada. Mas a Argentina deu o tom aos negócios, e a preocupação com a crise fez o dólar e os juros subirem, e a Bolsa de Valores de São Paulo cair (veja os números abaixo). Estava prevista a reabertura das instituições financeiras para as operações de câmbio, mas o governo divulgou à noite que o feriado bancário será prorrogado. Segundo o Banco Central, até amanhã, pois "não houve tempo suficiente para instrumentar as normas necessárias para acompanhar a nova política cambial e monetária do país", conforme apurou a enviada especial da Agência Estado, Marina Guimarães. Há suspeitas, porém, de que os bancos só reabram na segunda-feira. Quando isso ocorrer, a previsão é que a procura por dólares seja muito grande. Para a pessoa física, o câmbio flutuará, mas o governo monitora preços, controla saques bancários, mantém um câmbio oficial para operações determinadas (essencialmente o comércio exterior), e isentou dívidas de até US$ 100 mil da desvalorização, além de anunciar que honrará os depósitos em dólares. Todos esses controles e isenções preocupam muito os analistas. Alguém terá de pagar a conta desses subsídios, e o governo não tem reservas cambiais ou folga de caixa para tanto. A inflação, com repasse da alta do dólar, é inevitável. E o caos social e econômico faz com que as pessoas tirem dinheiro do país e evitem consumir e investir. O ano de 2002 será muito duro, segundo as previsões de especialistas ouvidos pela Agência Estado. Segundo o repórter Fábio Alves, os mais pessimistas falam em disparada do dólar (chegando a P$ 3), recessão profunda (de até 5,4%) e inflação alta (até 45%) no ano. E mesmo a reação da sociedade ainda é preocupante. Os protestos populares já fizeram dois presidentes renunciar, e, se o pânico se instaurar novamente em função das medidas econômicas, pode haver uma retomada da instabilidade institucional. Assim, para os investidores brasileiros, o momento é de pausa para observar os eventos dos próximos dias. Fechamento dos mercados O dólar comercial para venda fechou em R$ 2,3740, com alta de 1,89%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 19,060% ao ano, frente a 18,980% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 1,47%. A Bolsa de Valores de Buenos Aires continua fechada. O Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 0,46%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - terminou o dia em alta de 0,92%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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