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Mercado prevê alta de 0,5 a 2 pontos na taxa de juros

Por Agencia Estado
Atualização:

O Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central deverá se concentrar na reunião começa hoje e termina amanhã para tentar encontrar uma taxa de juros que sinalize o compromisso do governo com a meta de inflação de 8,5%, mas sem comprometer ainda mais a já fraca atividade econômica. Esta é percepção dos 24 economistas e analistas consultados pela Agência Estado e que projetam uma elevação de 0,5 a 2 pontos porcentuais na taxa Selic, atualmente em 25,5% ao ano. A maioria espera a introdução de uma tendência de alta, para um eventual aumento de juros, por causa dos impactos de um provável conflito entre os EUA e o Iraque. Para a analista do banco Santos, Ana Paula Higa, um choque de juros não seria o correto agora. Segundo ela, que prevê uma elevação de 1 ponto porcentual para a Selic, os indicadores de nível de atividade disponíveis são ainda de dezembro, o que impede uma percepção mais clara de como a atividade econômica está reagindo aos últimos reajustes da taxa de juros. "Se for feito um choque de juros, o governo poderá matar o que resta de atividade econômica no País", diz. "Por isso, acho que o BC tem que promover uma sintonia fina, de modo a não prejudicar mais a economia e sinalizar para o mercado que está comprometido com o cumprimento da meta de inflação". O diretor do banco BNL do Brasil, Cláudio Lellis, defende um aumento da Selic entre 1 e 1,5 ponto porcentual. Segundo ele, este reajuste não conseguirá trazer a inflação para dentro da meta de 8,5%, mas mantê-la em algo próximo de 12%. Para ele, um choque de juros não seria adequado, uma vez que grande parte da inflação decorre do repasse do aumento de custos. "O pior é que um choque de juros acabaria atrapalhando ainda mais a economia já que toda hora aparece pressões adicionais sobre a inflação", afirma. "O que reduziria a inflação seria a estabilização do dólar". O sócio da Global Invest, Fernando Pinto Ferreira, acredita que o Copom promoverá uma elevação de 1 ponto porcentual na taxa de juros. Ele criticou a freqüência com que a alta dos juros vem sendo usada. Segundo ele, o erro é colocar a expectativa de inflação do mercado como fator fundamental para definir taxa de juros. "Já chegamos a ter uma reunião do Copom em que todas as variáveis haviam apresentado melhora e os juros foram elevados por causa da expectativa de inflação", diz. "O mercado é mais que apenas a comunidade financeira. É muito mais que isso". Para ele, é por essa dosagem elevada de juros que o País não cresce e a dívida tem se elevado cada vez mais. De acordo com ele, o Banco Central teria que encontrar uma forma de baixar os preços livres, que respondem por 70% do IPCA, para compensar o aumento que os preços administrados (30% dos IPCs) sofrerão.

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