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Mercado aumenta projeção para inflação e taxa de juros

Com projeções, Focus sinaliza nova perspectiva do setor privado para reunião de outubro do Copom

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast)
Atualização:

O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 27, pelo Banco Central (BC) segue insensível em relação à projeção da instituição para o IPCA do ano que vem, pelo cenário de referência, que pela primeira vez ficou em 4,50%. Sob o comando agora de Ilan Goldfajn, o BC tem reforçado o compromisso de levar a inflação para o centro da meta oficial, mas sem especificar quando. Os economistas, por sua vez, elevaram as projeções pela sexta vez consecutiva e a mediana das previsões para o indicador de 2017 permaneceu em 5,50% . Já para a inflação deste ano, a trajetória de alta das estimativas foi mantida pela sexta vez consecutiva, ao passar de 7,25% para 7,29%. 

Para os especialistas a redução na taxa básica de juros este ano acontece em menor magnitude, com a força dos preços e a pressão dos alimentos Foto: Werther Santana|Estadão

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Na véspera da divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) pelo BC, o documento trouxe um aumento das previsões para a taxa básica de juros Selic de 2016, mas recuo para a taxa no ano que vem. A mediana das expectativas para a taxa básica de juros de 2016 passou de 13,00% ao ano na semana passada para 13,25% ao ano agora. Um mês atrás estava em 12,88% ao ano.Para o encerramento de 2017, porém, as estimativas para a Selic saíram de 11,25% ao ano para 11,00%. Quatro levantamentos atrás, estavam em 11,25% AA.

Essa rigidez das previsões para o ano que vem traz inquietações dentro do Comitê de Política Monetária (Copom), pelo que apurou o Broadcastserviço da Agência Estado, há cerca de 15 dias. A avaliação é a de que, sem um sinal do setor privado de que há espaço para diminuição dessa taxa, fica mais difícil para o colegiado baixar a taxa básica de juros Selic, atualmente em 14,25% ao ano. Pela abertura das projeções feitas pelo setor privado, nota-se que a principal mudança de perspectiva se deu para a reunião do Copom de outubro.  Nesta terça-feira, 28, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, concederá sua primeira entrevista coletiva desde que assumiu a função.

Para 2016, a mediana do boletim Focus passou de 7,25% para 7,29%. Na ata do Copom, os diretores da instituição enfatizaram que há um "choque temporário" dos preços dos alimentos, mas que já há algum sinal de redução da pressão do setor de serviços, o mais resiliente até então. Quatro semanas atrás, a pesquisa trazia uma taxa de 7,06% para o IPCA deste ano. 

Já as estimativas para a economia foram mantidas. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostra projeção de contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,44 por cento este ano e expansão de 1 por cento em 2017. / COM REUTERS