BRASÍLIA - Pela primeira vez desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República, a projeção mediana do mercado financeiro para o Produto Interno Bruto (PIB) apontou para um crescimento inferior a 2% em 2019. Conforme o Relatório de Mercado Focus - uma pesquisa semanal feita com analistas de instituições financeiras -, divulgado nesta segunda-feira, 1.º, pelo Banco Central, a projeção mediana passou a ser de alta de 1,98% do PIB este ano.
O Sistema de Expectativas de Mercado do Focus indicou, porém, que algumas instituições financeiras projetam um desempenho ainda pior para a economia. Pelo menos uma delas projeta alta de apenas 1,1% para o PIB em 2019 - porcentual igual ao verificado em 2017 e 2018.
Na prática, caso esta expectativa mais pessimista se confirme, o País terá crescido pouco mais de 1% por três anos consecutivos, sem efetiva aceleração da atividade econômica.
Em um ambiente de inflação baixa e atividade ainda fraca, os economistas do mercado financeiro também esperam pela manutenção da Selic (a taxa básica de juros) no atual patamar, de 6,5% ao ano, pelo menos até maio de 2020, quando a taxa subiria para 6,75% ao ano.
Conforme o Sistema de Expectativas de Mercado, a projeção também é a de que a Selic suba para 7% em junho do próximo ano.
Em relação à inflação, a projeção mediana para o IPCA (o índice oficial de inflação) para este ano, atualizada com base nos últimos cinco dias úteis, passou de 3,86% para 3,90%. Para 2020, a projeção do IPCA permaneceu em 4%.
As projeções mais recentes do Banco Central, considerando o cenário de mercado, apontam para inflação de 3,9% em 2019, 3,8% em 2020 e 3,9% em 2021. Elas constaram no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março, divulgado pelo BC na semana passada.