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Mercado reage a previsões pessimistas na Argentina

O governo argentino adiou novamente a suspensão do feriado bancário e cambial. Mas as medidas não agradaram aos investidores estrangeiros, e as previsões para o ano no país são muito pessimistas. Os mercados no Brasil não conseguiram se manter indiferentes.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os mercados não resistiram ao caos na Argentina, e apresentaram forte reação no final do pregão de ontem e o dólar disparou para R$ 2,3740. As boas notícias do dia não foram capazes de conter a alta. Além da forte captação de US$ 1,25 bilhão do Brasil nos mercados internacionais na segunda-feira, o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Daniel Gleizer, afirmou que o investimento direto estrangeiro no Brasil em 2001 ficou perto dos US$ 23 bilhões, acima da estimativa já surpreendente de US$ 19 bilhões da semana passada. Os demais mercados acompanharam a onda pessimista, mesmo que em menor intensidade, já que na Bolsa de Valores de São Paulo e nos contratos corrigidos por juros, ainda predominaram o bom cenário para a economia brasileira e a previsão de queda da Selic - a taxa básica referencial de juros - no curto prazo. A maior preocupação é que a crise argentina venha a se agravar. As soluções propostas pelo presidente Eduardo Duhalde ainda não entraram em vigor e geram muitas dúvidas. Até ontem, a previsão era de que o feriado bancário e cambial seria suspenso hoje, mas à noite o governo divulgou nota afirmando que não teve tempo para concluir os detalhes do pacote econômico. Em Buenos Aires, especula-se que as medidas só devem entrar em vigor na próxima segunda-feira. Para tentar aplacar os protestos populares, o governo previu uma série de regras especiais, protegendo setores da sociedade dos efeitos da desvalorização. Mas analistas consideram que o dólar subirá muito mais do que o pacote permite e o governo não terá mecanismos para controlar a situação, dado o baixo nível das reservas internacionais e o estado das contas públicas. A única maneira de manter esses privilégios é instituir uma série de controles legais, como congelamento de preços e de depósitos, o que traz muitas conseqüências indesejáveis e são de eficácia duvidosa no longo prazo. No final, o caos econômico pode levar a uma nova onda de manifestações e desestabilizar novamente o país. Segundo o repórter Fábio Alves, as previsões dos analistas estrangeiros são muito pessimistas. As mais negativas consideram que haverá, em 2001, disparada do dólar (chegando a P$ 3), recessão profunda (de até 5,4%) e inflação alta (até 45%). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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