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Mercado reage mal à decisão esperada do Copom

Manutenção da Selic não surpreendeu o mercado, mas o noticiário interno e externo estimulou o pessimismo. O dólar voltou a subir e a bolsa caiu.

Por Agencia Estado
Atualização:

Embora a manutenção da Selic, a taxa básica referencial de juros da economia, em 18,5% ao ano já fosse amplamente esperada pelo mercado, a reação foi bastante negativa. O dólar subiu e a Bolsa caiu. As más notícias acumulam-se e os investidores mantêm a maré pessimista. A corrida presidencial favorece amplamente o pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, o que desagrada os investidores, que temem uma mudança na política econômica. E o tempo está correndo sem que a candidatura do governista José Serra decole. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), ainda que não consensual, reflete a preocupação do governo com as pressões inflacionárias, alta recente do dólar e elevação dos juros dos papéis brasileiros nos mercados internacionais. Muitos analistas que esperavam a manutenção da Selic criticaram o conservadorismo da equipe econômica. Eles dizem que oportunidades de corte foram perdidas e agora a margem de manobra é menor por causa da deterioração do cenário. Além disso, não faltam comentários de que as metas de inflação são excessivamente apertadas, o que leva à atual política de juros altos e contêm o crescimento econômico. Além dos fatores internos, a economia norte-americana dá sinais de fraqueza e pode não crescer na medida esperada pelos analistas. O dólar vem caindo nos mercados internacionais e registram-se fluxos relevantes de saída de recursos em direção a mercados na Ásia. E o governo vem alertando a população repetidamente sobre a possibilidade de novos atentados terroristas, o que acaba afetando os investimentos de maior risco. Mercados no Brasil O dólar comercial para venda fechou na máxima do dia, em R$ 2,5250 - uma alta de 1,69% em relação a ontem. A oscilação foi grande, a mínima chegou a R$ 2,4930. Em maio, o dólar já acumula uma alta de 6,90%. No ano, a alta já é de 9,02%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o dia com queda de 2,63%. O volume de negócios ficou em torno de R$ 543 milhões, bem superior à média de negócios registrados nos últimos dias. Entre as 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa, apenas nove apresentaram altas, e, ainda assim, modestas. As maiores baixas foram as preferenciais (PN, sem direito a voto) da Cesp (-7,14%), as ordinárias (ON, com direito a voto) da Embratel Participações (-6,00%), Eletrobrás PNB (-5,85%), entre muitas fortes quedas. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em junho, negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), terminaram o dia com taxas de 18,250% ao ano, frente a 18,290% ao ano negociados ontem. Mercados internacionais Em Nova York, as bolsas fecharam em queda em função de ameaças de novos atentados terroristas. Hoje foi fechada a ponte de Brooklyn em Nova York e as medidas de segurança na cidade foram apertadas. Além disso, os investidores começam a considerar as previsões de retomada da economia do país excessivamente otimistas. O Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - encerrou o dia em baixa de 1,21%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou com baixa de 2,20%. Na Argentina, greve geral e rumores de renúncia do Presidente do Banco Central argentino, Mario Blejer, sustentaram o pessimismo dos investidores. O índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires encerrou o dia em queda de 3,68%. E o dólar, segundo a correspondente Marina Guimarães, fechou negociado a $ 3,42 pesos. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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