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Mercado reduz liquidez e adota cautela na semana do FOMC

A cautela do mercado deve-se à reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que definirá qual o nível da taxa de juros nos Estados Unidos

Por Agencia Estado
Atualização:

Sobrou indefinição e faltou liquidez nesta segunda-feira nos mercados. Juros, dólar e Bovespa oscilaram sem indicar tendência, fecharam com variações pequenas e registraram fraco volume de negócios. Apenas nas operações com dólar na BM&F é que se viu um pouco mais de animação por causa da proximidade do vencimento do câmbio futuro. A cautela do mercado deve-se à reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que definirá, na quinta-feira, qual o nível da taxa de juros nos Estados Unidos. Bolsa Os juros subiram nesta segunda-feira nos EUA e refletiram a expectativa de que o Fed elevará os juros em sua reunião desta semana. Mas as bolsas também fecharam em alta em Wall Street. Por aqui, a Bovespa oscilou bastante o dia todo, sem definição de tendência e com liquidez bastante reduzida. O mercado de ações doméstico aguarda, com cautela, a decisão do Fed, que sairá na próxima quinta-feira. O Índice Bovespa fechou praticamente estável, em baixa de 0,09%, com 34.631 pontos. Operou entre a máxima de 34.875 pontos (+0,62%) e a mínima de 34.584 pontos (-0,22%). Com esse resultado, a bolsa passou a acumular baixa de 5,20% em junho e alta de 3,51% em 2006. O movimento financeiro foi bastante reduzido, ficando em R$ 1,480 bilhão. A fraca liquidez refletiu os ânimos da bolsa paulista. Sem dinheiro novo e com saldo negativo de investimento estrangeiro, o mercado de ações opera com cautela enquanto aguarda uma definição do cenário externo, principalmente em relação à economia norte-americana. Na próxima quinta-feira, o Fed deverá promover mais uma elevação da taxa de juros básica dos EUA. Até o dia 21 passado, o saldo de capital externo na Bovespa estava negativo em R$ 2,428 bilhões este mês. No acumulado em 2006, a bolsa paulista registra saída líquida de R$ 718,424 milhões. Segundo fonte do mercado de ações, no dia 22 teriam deixado a bolsa cerca de R$ 70 milhões em investimento estrangeiro. A notícia corporativa mais comentada no mercado de ações foi a venda da Arcelor para a Mittal por cerca de US$ 32 bilhões. Em Paris e Madri, as ações da Arcelor fecharam com forte alta. Na Bovespa, as ações da Arcelor ON abriram em alta, subiram mais de 8%, mas fecharam em baixa de 1,82%. Operadores afirmam que ainda faltam informações mais detalhadas para avaliar o resultado da negociação. As ações ordinárias da CSN também operaram em alta no período da manhã, mas também recuou durante o dia e fechou em baixa de 0,43%. Em Nova York, o Dow Jones fechou em alta de 0,51%, o Nasdaq avançou 0,58% e o S&P 500 subiu 0,49%. Câmbio O dólar pronto na BM&F oscilou em queda durante toda a sessão, mas no balcão acabou fechando em alta pressionado pela subida do risco Brasil e dos países emergentes após o encerramento da roda da Bolsa. O dólar na roda da BM&F finalizou cotado a R$ 2,2254, em baixa de 0,21%; mas no balcão fechou na máxima, de R$ 2,2310, em alta de 0,04%. O giro financeiro total caiu 10% para cerca de US$ 1,583 bilhão, sendo cerca de US$ 1,383 bilhão em D+2. Fed Os investidores estão em compasso de espera pela decisão e o comunicado pós-reunião do Fed, nesta quinta-feira. Um aumento de 25 pontos para 5,25% da taxa dos Fed Funds já é dado como certo este mês. O mercado deverá focar as atenções no documento e eventuais sinais dos integrantes do Comitê do Fed sobre os rumos da política monetária. Se as palavras do Fed deixarem aberta a possibilidade de que esse não será o fim de um ciclo, os mercado tendem caminhar para um aperto provável no encontro de 8 de agosto. Além de alimentar a volatilidade nos mercados, essa eventual sinalização pelo Fed poderá justificar aumentos de juros também em países da Europa e da Ásia, como o Japão. Por aqui, os analistas aguardam o comunicado desta quinta-feira para calibrar suas apostas para o próximo Copom, em 18 e 19 de julho. Todos esperam a continuidade da queda da Selic no mês que vem, no entanto, as apostas que hoje se concentram num eventual corte de 0,50 pp podem vir a migrar para uma redução menor de 0,25 pp, dependendo da reação dos mercados ao Fed. Juros O mercado de juros viveu um dia de pouco volume, pouca oscilação e sem definição de uma tendência para os negócios. Apenas no pregão eletrônico, no final da tarde, é que houve um fluxo mais intenso, de players zerando posição, o que pressionou as taxas. Esse movimento é a antecipação do que deve ocorrer amanhã, por causa da expectativa pela decisão sobre o rumo do juro norte-americano, que será tomada na quinta-feira que vem. O DI mais líquido, com vencimento em janeiro/08, havia encerrado no pregão viva-voz com taxa de 15,49% (ante 15,50% na sexta-feira) e avançou para 15,55% no GTS. O mercado deve seguir sem rumo definido nos próximos dias, até a decisão do FOMC sobre a taxa de juros norte-americana. Na verdade, muito mais importante do que a decisão em si, é a possibilidade de os integrantes do comitê deixarEm alguma pista no comunicado que será divulgado sobre os próximos passos da política monetária norte-americana. "O mercado operará na expectativa por alguma declaração dos membros do FOMC que possa dar uma dica de para onde irá o juro na reunião seguinte do Fed", disse um operador.

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