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Mercado reduz queda, mas não abandona clima de cautela

Bovespa chegou a cair mais de 4% durante a manhã. Reverteu parte da queda e fechou em baixa de 0,86%. Nos EUA, as bolsas subiram, mas fecharam em queda

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado financeiro não abandou o clima de cautela nesta quinta-feira. O foco de atenções dos investidores continua centrado nas economias chinesas e norte-americanas. Apesar da diminuição da queda das ações, a cautela persiste e analistas já alertam para novos dias de oscilações. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou a cair mais de 4% durante a manhã. Reverteu parte da queda e fechou em baixa de 0,86%. No mercado de câmbio, após esboçar uma forte alta nos primeiros negócios, o dólar encerrou com ligeira baixa nesta quinta-feira, em um dia de oscilações. A moeda norte-americana fechou em queda de 0,09%, vendida a R$ 2,1190. O dólar chegou a subir 0,99% durante a manhã, batendo os R$ 2,1420 no patamar máximo do dia. O Banco Central realizou um novo leilão de compra de dólar, mas a autoridade monetária aceitou apenas duas propostas, e a operação não teve força para reverter a trajetória final de queda do final dos negócios. O risco Brasil - taxa que mede a desconfiança do investidor estrangeiro em relação à capacidade de pagamento da dívida do País - fechou estável em 195 pontos. No pior momento do dia, chegou a 202 pontos. Quanto maior esta taxa, menor e a confiança dos investidores e, portanto, maior a taxa de prêmio que o País precisa pagar para negociar seus títulos. Em Nova York, as bolsas chegaram até a operar em alta durante a tarde, impulsionadas pela divulgação de números que sinalizaram aquecimento da atividade econômica. Os números mostraram aumento da atividade industrial norte-americana para o maior nível em cinco meses em fevereiro e ajudaram a arrefecer preocupações dos mercados europeus com a saúde da economia dos EUA. Mas a tendência não se sustentou e elas fecharam em queda. O índice Dow Jones - que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - caiu 0,28% e a Nasdaq - bolsa que negocia ações do setor de tecnologia e Internet - registrou queda de 0,49% no final do pregão. Europa e Ásia As bolsas de valores européias fecharam em queda pelo terceiro dia seguido nesta quinta-feira, mas acima do menor nível em 2 meses e meio registrado no durante o pregão. Dados do setor manufatureiro dos Estados Unidos melhores que o esperado por analistas ajudaram a aliviar os temores com a economia global e o câmbio. Em Londres, a queda foi de 0,9%; em Frankfurt, 1,12%; em Paris, o índice de ações recuou 1,05%; em Milão, a baixa foi de 1,26% e, em Madri, as ações caíram 1,29%. As ações de mineradores voltaram a cair com força na Europa. A BHP fechou em baixa de 1,42% e a Rio Tinto caiu 1,64%. As ações das mineradoras figuraram na linha de frente das vendas dos dois dias anteriores na Europa, reagindo com mais sensibilidade à preocupação de que um eventual esfriamento da economia chinesa afete o faturamento e conseqüentemente lucro dessas companhias. Os números mostraram aumento da atividade industrial norte-americana para o maior nível em cinco meses em fevereiro e ajudaram a arrefecer preocupações dos mercados europeus com a saúde da economia dos EUA. Incertezas e volatilidade Investidores estão em alerta sobre a real situação da economia chinesa. É provável que ela continuará em ritmo forte, mas os ativos do mercado financeiro de lá não são vistos com tanta clareza. Para se ter uma idéia, a bolsa da China subiu 130% no ano passado. O movimento de queda iniciado nesta semana reflete as incertezas sobre a magnitude destes ativos. Isso significa que os investidores estão avaliando o valor real das ações das empresas do país, o que, com certeza, deverá provocar oscilações no mercado. Além disso, há fortes rumores no mercado de que o governo poderá tributar o ganho dos investidores e, além disso, implementar medidas para conter o aquecimento econômico do país. Ou seja, mais incertezas e, portanto, mais oscilações. Já se sabe que a China vai liberar os preços da energia, aumentar algumas taxas de exportação, importar mais recursos naturais e controlar alguns investimentos, para tentar equilibrar sua economia. Companhias de setores altamente poluentes e de uso intensivo de energia terão que pagar mais pela água e pela energia utilizada, afirmou Ma Kai, chefe da Comissão de Reforma e Desenvolvimento Nacional do país, em artigo publicado na revista oficial Money China. Essas empresas também terão dificuldades em obter empréstimos do setor bancário estatal, disse Ma. "Aumentar os esforços para economizar energia e reduzir a poluição é o caminho fundamental para transformarmos nosso modelo de crescimento econômico e aumentar nossa eficiência", escreveu. A China não cumpriu sua meta de reduzir uso de energia em 2006, um de apenas dois objetivos numéricos definido pelo Partido Comunista no plano 2006-2010. Ele afirmou que Pequim continuará incentivando a consolidação de indústrias como carvão, papel e outras usuárias intensivas de energia, e impor taxas maiores sobre suas exportações. Vendas externas de fertilizantes serão controladas. Assim como a China, a economia norte-americana também preocupa. São as duas economias mais fortes do mundo e qualquer mudança nestes países provoca impacto sobre as economias do mundo todo. Nos Estados Unidos, o temor é de que um período de recessão esteja próximo. Foi este o alerta feito pelo ex-presidente do banco central norte-americano, Alan Greenspan na terça, o que também acabou assustando os investidores.

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