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Mercado revê euforia, mas mantêm otimismo

A forte queda do dólar de ontem atraiu compradores e o comercial para venda subiu para R$ 2,3800. Ainda assim, a tendência de queda das últimas semanas continua. Argentina enfrenta greve geral na quinta-feira e possível moratória na sexta. Os juros do DI a termo de um ano caíram para 20,300% ao ano e a Bovespa caiu 0,73%.

Por Agencia Estado
Atualização:

Houve um certo otimismo nos mercados pela manhã devido às novas perspectivas da inflação e à queda acentuada do dólar nas últimas semanas. Mas, no final da tarde, o dólar barato atraiu compradores e as cotações subiram com força, praticamente anulando a baixa de ontem. O comercial para venda fechou em R$ 2,3800 - uma alta de 2,06% em relação ao fechamento de ontem, de R$ 2,3320. Ainda assim, manteve a tendência geral de queda moderada se comparado ao resultado dos últimos negócios da sexta-feira, que ficaram em R$ 2,3930. Juros e bolsa caíram ligeiramente. De maneira geral, os mercados - especialmente o de câmbio - ainda procuram novo equilíbrio depois da retomada do otimismo, iniciada em meados de outubro. A boa notícia do dia foi a divulgação da primeira prévia do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) de dezembro, que apresentou alta de 0,16%. Essa apuração ficou dentro das expectativas dos analistas, mas de qualquer forma indica uma mudança de tendência. Segundo apuração da editora Irany Tereza, analistas consideram que a queda do dólar e a safra agrícola ajudaram a reduzir a pressão sobre a inflação, que pode começar 2002 indicando baixa. Nos Estados Unidos, o Fed - banco central norte-americano - confirmou as expectativas do mercado e reduziu novamente o juro básico do país. A taxa passou de 2% ao ano para 1,75% ao ano, a mais baixa em quarenta anos e é mais baixa que a inflação. Com isso, o governo pretende estimular o consumo e o investimento. As bolsas em Nova York reagiram bem à medida e os analistas mantêm as previsões de retomada do crescimento econômico no segundo semestre de 2002. E, na Argentina, as preocupações continuam crescendo. O governo anunciou medidas para bloquear algumas das saídas que a população encontrou para sacar dinheiro dos bancos e comprar dólares. Agora, valem apenas as contas correntes anteriores ao pacote da semana passada e uma conta adicional aberta desde o dia 3 de novembro. É que o limite de retirada de US$ 1 mil mensais é computado por conta corrente, e as pessoas estavam abrindo diversas contas nos bancos para burlar a restrição. A população perdeu a paciência e está se mobilizando para uma série de protestos. Além da greve geral na quinta-feira, amanhã já haverá panelaço e buzinaço ao meio-dia, silêncio telefônico de quinze minutos à tarde e apagão no comércio entre 20h30 e 21h30. É difícil prever qual será o impacto sobre o governo, mas certamente não passará desapercebido. Na sexta-feira, vencem US$ 700 milhões em títulos da União, e o ministro da Economia, Domingo Cavallo, tenta renegociá-los. Mas se isso não der certo, pode ser o marco da moratória argentina ou até da ruptura do atual modelo econômico. Os boatos costumeiros de queda de Cavallo e do presidente Fernando de la Rúa não faltaram. Vale lembrar que um colapso financeiro na Argentina pode ter efeitos ao menos pontuais nos mercados brasileiros. O Partido Justicialista, o principal da oposição, passou a ter maioria no Congresso desde as eleições de 14 de outubro e detém a presidência do Senado. Como o vice renunciou, assumirá a Presidência da República em qualquer ausência de de la Rúa. Hoje os parlamentares do PJ discutiam reformas constitucionais para reduzir o gasto público, incluindo drástica redução no número de deputados e senadores, o que teve bastante impacto na imprensa local e é interpretado por alguns analistas como uma tomada de posição para enfraquecer o presidente e mostrar-se como opção à população. Fechamento dos mercados O dólar comercial para venda fechou em R$ 2,3800, com alta de 2,06%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 20,300% ao ano, frente a 20,470% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 0,73%. Às 18h29, o índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires operava em alta de 1,00%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - apresentava queda de 0,52%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - estava em alta de 0,20%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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