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Mercado segue nervoso e dólar fecha em R$3,47

O nervosismo do mercado continua e o único vendedor de dólares é o Banco Central. As cotações só pararam de subir com fortes intervenções, e, ainda assim, a R$ 3,47. A máxima do dia chegou a R$ 3,61.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os mercados tiveram mais um dia nervoso e o dólar voltou a disparar hoje. Depois de fortes intervenções do Banco Central (BC), o comercial recuou, fechando a R$ 3,4700 nos últimos negócios do dia (alta de 5,15%), depois de atingir R$ 3,6100 (alta de 9,39%). A mínima do dia foi de R$ 3,3050. Com o resultado dessa quarta-feira, o dólar acumula uma alta de 49,83% no ano e 23,05% em julho. O mercado de juros também acompanhou o pessimismo. Os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 25,500% ao ano, frente a 25,200% ao ano ontem. Já os títulos com vencimento em julho de 2003 têm taxas de 28,600% ao ano, frente a 30,100% ao ano negociados ontem. A missão brasileira que negociará o acordo de transição com o Fundo Monetário Internacional (FMI) chegou hoje a Washington e já teve sua primeira reunião com representantes do Fundo. Estão sendo estudadas várias fórmulas considerando a não-adesão dos candidatos à Presidência da República no período eleitoral. Mas analistas concordam que o acordo é um paliativo, não uma solução, e por isso ninguém quer vender dólares. Empresas com dívidas em dólar estão quitando e até adiantando pagamentos com desconto, e muitos buscam dólares prevendo despesas futuras, ou ainda para proteger seus recursos. O fato é que os investidores vêem grandes riscos em manter aplicações em reais no Brasil por conta da sucessão presidencial. Os líderes nas pesquisas, Luis Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (Frente Trabalhista) preocupam muito, e ninguém quer arriscar. Com isso, praticamente só quem tem abastecido o mercado é o Banco Central, com os US$ 50 milhões diários preestabelecidos, as rolagens dos títulos cambiais integralmente e outras vendas pontuais em momentos mais nervosos, como hoje. Na onda pessimista, muitos preferiram desviar recursos para ações, que são um ativo real. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 4,51% em 9762 pontos e volume de negócios de R$ 787 milhões. Ainda assim, a Bolsa está num patamar muito baixo. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma queda de 28,10% em 2002 e 12,36% em julho. Das 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa -, sete apresentaram baixas. O principal destaque foram os papéis da Globocabo PN (preferenciais, sem direito a voto), com desvalorização de 12,36%. ON (ordinárias, com direito a voto). Outra má notícia do dia é que o PIB revisado dos Estados Unidos para o segundo trimestre mostra que a recuperação da economia está sendo mais tímida e desequilibrada do que se esperava, aumentando as incertezas quanto ao cenário internacional. O Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 0,65% (a 8736,6 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - caiu 1,19% (a 1328,26 pontos). Às 18h, o euro era negociado a US$ 0,9776; uma queda de 0,57%. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em alta de 0,12% (359,32 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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