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Mercado vai criar Central de Derivativos

Objetivo é centralizar informações para evitar operações arriscadas

Por Fabio Graner
Atualização:

Três instituições privadas do mercado financeiro - a Câmara de Registro de Derivativos de Balcão (Cetip), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima) - estão trabalhando conjuntamente na criação de uma Central de Exposição de Derivativos realizados no mercado de balcão, ou seja, fora do ambiente de bolsa. Segundo o diretor de Relações com Participantes da Cetip, Jorge Sant?Anna, a central seria um instrumento para evitar que empresas e bancos se aventurem perigosamente em operações de derivativos, cujo uso indevido provocou no ano passado graves problemas para empresas de grande porte, como Aracruz e Sadia - que acabou de formalizar uma fusão com a concorrente Perdigão. Os derivativos são títulos que representam operações complexas em mercados futuros, como o de mercadorias ou de câmbio. Segundo Sant?Anna, o mecanismo em estudo seria semelhante à Central de Risco de Crédito do Banco Central (BC) - que concentra informações dos bancos sobre financiamentos a partir de R$ 5 mil, permitindo às instituições conhecer melhor os clientes e ao BC ter uma visão mais clara do mercado de crédito. O objetivo da nova central é permitir que os bancos conheçam o grau de alavancagem dos clientes em operações de derivativos. Com essa informação, as instituições financeiras poderão ser mais criteriosas nos contratos de derivativos. E os órgãos reguladores, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), poderão ter informações mais precisas sobre a situação do mercado e dos riscos existentes. Segundo o executivo da Cetip, a Central de Exposição de Derivativos deve ficar pronta no ano que vem. Apesar de os trabalhos estarem sendo realizados por Cetip, Febraban e Andima, a CVM e o BC, segundo ele, estão incentivando a medida e contribuindo com sugestões. Além da nova central, Sant?Anna entende que há espaço para reforçar a regulação desse mercado, como ampliar a exigência de informações sobre operações de "derivativos exóticos", que são mais sofisticadas e envolvem maior nível de risco. Segundo ele, a CVM já trabalha na elaboração de regras para reforçar a necessidade de adequação do derivativo vendido pela instituição financeira com o perfil e a necessidade da empresa que o adquire.

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