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Mercado volta a aumentar previsão de inflação para este ano

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado financeiro inverteu a tendência manifestada na semana passada e voltou a aumentar a previsão para a taxa de inflação deste ano. Na última pesquisa semanal feita pelo Banco Central entre instituições financeiras e empresas de consultoria, concluída na sexta-feira e divulgada hoje, a previsão do mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 12,22% para 12,30%. Apesar da alta, o porcentual ainda é inferior aos 12,43% que o mercado projetava há um mês. O mercado também aumentou a estimativa de inflação para abril, que passou de 0,70% para 0,80%. Mas a projeção para maio recuou de 0,62% para 0,60%. Numa indicação de que acreditam numa acomodação dos índices a mais longo prazo, as instituições ouvidas pelo BC reduziram a previsão para o IPCA dos próximos 12 meses de 9,57% para 9,11%. Para 2004, a projeção do IPCA, índice que é usado como referência pela política de metas de inflação, permaneceu em 8%. As novas previsões do mercado foram apuradas numa semana em que foram divulgados vários índices de preços em patamares acima do esperado pelos analistas. Com isso, a estimativa das instituições para 2003 ficou mais distante dos 10,8% estimados pelo BC no último Relatório de Inflação e da meta oficial do governo de 8,5%. Mais otimistas, as previsões oficiais ainda ficam distantes das projeções do mercado mesmo considerando o recuo na expectativa de inflação dos próximos 12 meses. Os 9,11% projetados pelas instituições ainda estão bastante acima das previsões do Relatório do BC - de que a inflação anualizada estaria em 5,3% no final do segundo trimestre de 2004. Coerentemente com a expectativa de uma inflação ligeiramente mais elevada em 2003, o mercado reviu também a estimativa para os juros no ano. A taxa Selic, que era projetada em 22% no final de 2003, é agora estimada, na média, em 22,20%. Para o final de 2004, a Selic projetada pelo mercado se manteve em 18%. A pesquisa mostra, por outro lado, que a ligeira piora da expectativa para inflação e juros não está ligada a uma previsão mais pessimista para a taxa de câmbio. Tanto assim que as projeções para o câmbio no fim de 2003 e no fim de 2004 também ficaram inalteradas em R$ 3,50 e R$ 3,70 por dólar, respectivamente.

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