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Mercados à espera de pacote argentino

A situação do país vizinho continua no centro de atenções dos investidores. Os investidores esperam por novas medidas na Argentina. No Brasil começa hoje a reunião mensal do Copom, que deve decidir pela manutenção da taxa Selic em 19% ao ano.

Por Agencia Estado
Atualização:

Passadas as eleições parlamentares na Argentina, os investidores aguardam o anúncio de um novo pacote econômico no país vizinho. O presidente Fernando De la Rúa viajou ontem à Espanha e ao retornar à Argentina, na próxima quinta-feira, deve anunciar as novas medidas. O ministro da Economia, Domingo Cavallo, iniciou a fase de acordos com bancos e fundos de pensão com o objetivo de reduzir as taxas de juros em cerca de US$ 3 bilhões em bônus. Também pretende chegar a um acordo com os governadores das províncias em um processo que incluiria a aposentadoria forçada de 20 mil funcionários públicos. Mas, neste caso, De la Rúa deve encontrar dificuldades, já que, a partir de dezembro, quando os eleitos devem assumir seus cargos no Congresso, o governo perderá ainda mais sua representatividade. Muitos analistas acreditam que o novo pacote, caso consiga ser implementado, poderá trazer um certo alívio para a situação do país vizinho, mas não resolve o problema no médio e longo prazo. O governo argentino nega veementemente a possibilidade de uma dolarização da economia, ou de desvalorização do peso, mas há muitos que acreditam que este seria o único caminho para a resolução definitiva do problema do país. São possibilidades que, caso adotadas, poderão trazer muitos problemas para o país agora, como default - leia-se calote - de parte da dívida do país, no caso da dolarização com desconto de parte das dívidas; ou aumento exorbitante das dívidas das empresas e mesmo do país, no caso da desvalorização do peso, já que grande parte desta dívida está atrelada à moeda estrangeira. Ou seja, a situação argentina é preocupante e as agências de classificação de risco, assim como a taxa de risco do país (veja mais no link abaixo), demonstram esta insegurança dos investidores em relação às perspectivas para o país. Exemplo disso foi o rebaixamento ontem dos ratings (classificação) da dívida em moeda local e estrangeira de várias províncias e bancos argentinos pelas agências Fitch e Moody´s. Hoje a taxa de risco da Argentina está em 1.802 pontos base. Estados Unidos e conflitos asiáticos Em relação à economia norte-americana, os investidores continuam preocupados com o ritmo do desaquecimento da atividade econômica. Às 11h15 (horário de Brasília), o Federal Reserve divulga os indicadores da produção industrial dos EUA em setembro. A previsão média de dez economistas ouvidos em pesquisa da Dow Jones é que a produção industrial tenha caído 0,8% em setembro na comparação com o período anterior. Os rumos dos conflitos na Ásia Central continuam incertos. O Antraz já foi considerado oficialmente pelo governo norte-americano como um ataque terrorista. Ainda não há nenhuma certeza sobre a procedência da bactéria manipulada da doença, mas, caso seja confirmada a suspeita de participação do Iraque, a guerra pode tomar proporções muito mais preocupantes. Veja os números do mercado financeiro O dólar comercial está cotado a R$ 2,7530 na ponta de venda dos negócios, com queda de 0,72%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera com queda de 0,01%. No mercado de juros, Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - pagam juros de 23,050% ao ano, frente a 23,510% ao ano ontem. Hoje começa a reunião mensal do Comitê de Política Monetária (Copom) para definição da Selic, a taxa básica de juros da economia, e a expectativa é de que fique mantida em 19% ao ano. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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