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Mercados aguardam reação norte-americana

A dimensão e a duração da reação norte-americana aos ataques terroristas serão decisivos para os rumos da economia mundial. Nos EUA, o mercado de ações reage de forma negativa ao anúncio de queda no lucro de empresas. Os mercados no Brasil acompanham.

Por Agencia Estado
Atualização:

O clima de incertezas continua no mercado financeiro, já que os investidores ainda não têm uma idéia da magnitude e da duração da reação norte-americana aos ataques terroristas. Ontem, os Estados Unidos enviaram 100 aviões de guerra, dez navios e um submarino para as bases no golfo Pérsico e no Mediterrâneo. Os alvos não foram declarados pelo presidente do país, George W. Bush, mas a operação foi por ele denominada de "Justiça Infinita". Do lado de lá, o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, declarou apoio aos Estados Unidos. Porém, segundo uma pesquisa, apenas 7% da população apoia a decisão do presidente. A novidade, no início desta manhã, foi o resultado da reunião dos cléricos islâmicos do Afeganistão que decidiram encorajar o terrorista saudita Osama bin Laden - principal suspeito dos ataques terroristas - a deixar o país voluntariamente (veja mais informações no link abaixo). Ou seja, permanecem as incertezas sobre a dimensão do conflito. Quanto mais duradouro e profundo, maiores são as conseqüências para o ritmo da economia mundial. Há a possibilidade de um desaquecimento ainda mais forte da economia mundial. Em relação aos Estados Unidos, aumentam também as chances de recessão. No início desta manhã, segundo informações da Dow Jones, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos informou que o número de trabalhadores que deram entrada a pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA teve uma abrupta queda na semana passada - de 49 mil solicitações do benefício, para um total de 387 mil na semana encerrada em 15 de setembro. Esperava-se uma queda de 3 mil. Porém, a expectativa é de que os mercados não reajam de forma positiva ao resultado, já que esta medição foi feita na semana dos ataques terroristas ao país. De acordo com o Departamento de Trabalho norte-americano, a solicitação do benefício não foi uma prioridade para os norte-americanos diante da tragédia que tomou conta do país. Mercados financeiros Os negócios no Brasil devem continuar acompanhando de perto a tendência dos mercados norte-americanos. Ontem, as bolsas em Nova York estiveram em queda. Muitas empresas norte-americanas anunciaram queda nos lucros e corte de funcionário, o que traz mais incertezas para os investidores. Há pouco, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - estava em queda de 2,02%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - opera em queda de 2,29%. No Brasil, o dólar comercial para venda está cotado a R$ 2,7290, com alta de 0,70%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - pagam juros de 23,660% ao ano, frente a 23,840% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera com queda de 2,48%. Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu pela manutenção da taxa básica de juros, Selic, em 19% ao ano. A decisão já era esperada pelos analistas, que consideraram acertada a decisão do Comitê. Veja no link abaixo as opiniões sobre a tendência para as taxas de juros a partir de agora e as perspectivas para os investimentos. Não deixe de ver também as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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