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Mercados antecipam eleição e recuperam-se

Investidores gostaram das declarações da equipe econômica do PT nos últimos dias, e, ainda cautelosos, estão ensaiando uma trégua. Bolsa e dólar apresentaram recuperação ao longo do dia, embora estejam em patamares pessimistas.

Por Agencia Estado
Atualização:

A recuperação dos mercados esfriou no final da tarde, com o agravamento das quedas em Nova York, mas o dia foi de relativo otimismo, com alta na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que teve um volume de negócios bastante alto, e queda no dólar na maior parte do dia. Nos últimos dias, a tendência de retomada é clara. O mercado antecipa os resultados das eleições e revê as expectativas muito pessimistas em relação ao próximo governo. Os investidores já não discutem mais as eleições presidenciais, e já começam a reagir aos pronunciamentos dos principais membros do PT a respeito de política econômica e administração pública. A partir de agora, são as medidas concretas, como anúncio de nomes para os principais cargos e votações no Congresso, além de declarações do alto escalão petista que vão influenciar os negócios. Quanto maior a confiança do provável novo governo, maior deve ser a recuperação. Os prognósticos extremamente pessimistas dos mercados estão sendo revistos com as reiteradas posições do partido sobre questões relacionadas a relacionamento com os mercados, austeridade fiscal e política econômica dos últimos dias. Ainda assim, as cotações refletem um ambiente de muita cautela, com o dólar a R$ 3,80 e a Bolsa mal chegando a 10.000 pontos. É cedo ainda para decretar o fim da instabilidade, já que o novo governo só assume em 1o de janeiro e pode haver muitas idas e vindas. O próprio discurso de vitória na segunda-feira pode afetar os ânimos. E há uma forte concentração de vencimentos cambiais até o final do ano, o que pode agitar o mercado de câmbio. O próximo já é no dia 1o de novembro, de US$ 2 bilhões. Mas os números das contas externas seguem melhorando, e o saldo comercial crescente reduz muito a dependência de financiamento externo. Além disso, os investimentos diretos estrangeiros continuam fluindo, apesar das turbulências dos mercados nos últimos meses. No longo prazo, essas variáveis tendem a limitar as altas do dólar. Mercados O dólar comercial foi vendido a R$ 3,8000 nos últimos negócios do dia, na mínima do dia, em baixa de 2,81% em relação às últimas operações de ontem. A máxima do dia foi de R$ 3,9000. Com o resultado de hoje, o dólar acumula uma alta de 64,08% no ano e 0,53% nos últimos 30 dias. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 23,080% ao ano, frente a 23,000% ao ano ontem. Já os títulos com vencimento em julho de 2003 têm taxas de 26,750% ao ano, frente a 26,600% ao ano negociados ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 0,42% em 9799 pontos e volume de negócios bastante alto, de R$ 994 milhões. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma baixa de 27,83% em 2002 e alta de 7,12% nos últimos 30 dias. Das 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa -, 15 apresentaram altas. Mercados internacionais Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 2,08% (a 8317,3 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York -caiu 1,63% (a 1298,71 pontos). Às 18h, o euro era negociado a US$ 0,9784; uma alta de 0,41%. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em alta de 0,25% (434,88 pontos). O dólar para venda fechou a $ 3,57 pesos. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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