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Mercados: apreensão com quadro político continua

As incertezas com relação ao futuro da candidatura de José Serra deixam o mercado financeiro apreensivo, à espera de novos dados das pesquisas eleitorais após as denúncias contra o ex-tesoureiro da campanha de Serra, Ricardo Sérgio.

Por Agencia Estado
Atualização:

O cenário político continua sendo o centro das atenções para o mercado financeiro. Ontem ficou evidente a discórdia entre os partidos PSDB e PFL com relação à permanência da candidatura de José Serra para presidência, posição reafirmada pelo PSDB, que também pretende agilizar a formalização de sua aliança com o PMDB. O fato gera apreensão aos investidores, que não vêem estruturada a campanha de Serra e, por outro lado, temem por novas disparadas dos candidatos de oposição nas próximas pesquisas eleitorais. No final de semana será divulgada a primeira sondagem nacional após as denúncias envolvendo o ex-presidente do Banco do Brasil e ex-tesoureiro da campanha de Serra, Ricardo Sérgio. A pesquisa será realizada pela Toledo & Associados. Ontem, o pessimismo com o cenário eleitoral estimulou a demanda por hedge (proteção), pressionou o câmbio e levou o dólar comercial ontem a fechar em alta de 0,58%, vendido a R$ 2,4350. Os bancos que não conseguiram comprar swap cambial (instrumento que serve como proteção contra variações do câmbio) no leilão do Banco Central teriam procurado o dólar, que acabou revertendo a baixa registrada pela manhã. Há pouco, o dólar comercial estava sendo cotado a R$ 2,4340, em queda de 0,04% em relação ao fechamento de ontem. No mercado de juros, os contratos de DI futuro, com vencimento em janeiro de 2003, negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), pagam taxas de 18,990% ao ano, frente a 19,080% ao ano negociados ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em alta de 1,45%. Além do cenário político, os mercados atentam para dados sobre a inflação. Hoje a tarde sai o Índice Geral de Preços do Mercado, referente à primeira prévia de maio. A expectativa do mercado, segundo a editora Lucinda Pinto, é que o índice confirme o que foi apontado pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, divulgado anteontem: que não há pressão por parte dos preços livres. Essa percepção, de que a inflação ainda tem um impacto maior da alta dos preços administrados, especialmente da gasolina, é um alívio para o mercado e indica que é possível pensar em um corte da taxa de juros básica (Selic) em um prazo mais curto. Nos Estados Unidos, as bolsas seguem e alta depois do anúncio de lucro de US$ 729 milhões no trimestre fevereiro/abril apurado pela Cisco, empresa de informática. O Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - opera em alta de 1,62%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - registra alta de 4,02%.

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