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Mercados atentos à inflação e ao cenário externo

As preocupações começam a se voltar para a próxima reunião do Copom, dia 18. Se a inflação continuar pressionada, os juros podem voltar a subir. O leilão de títulos do governo argentino também traz expectativa.

Por Agencia Estado
Atualização:

A atenção dos mercados está voltada, como tem sido o caso nos últimos meses, para a evolução da economia dos Estados Unidos e da Argentina. Mas a inflação também desperta preocupações desde a surpreendente elevação da Selic - a taxa básica referencial de juros da economia - na última reunião mensal do Comitê de Política Monetária (Copom), em 21 de março, de 15,25% ao ano para 15,75%. A justificativa da equipe econômica para o aumento foi que a alta do dólar pode pressionar a inflação. Juros mais altos garantem o ganho real corroído pela inflação e tende a provocar uma desaceleração econômica, o que alivia os preços e reduz a renda dos consumidores, contendo as importações. Teme-se, porém, que esse ajuste na Selic não tenha sido suficiente, e que possa haver novo aumento na próxima reunião do Copom, dia 18. A divulgação da primeira prévia de abril do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) sustenta a apreensão, já que o indicador ficou acima do esperado, em 0,48%. Outros indicadores importantes serão divulgados na quarta-feira. A boa notícia foi o superávit de US$ 97 milhões na balança comercial nesta primeira semana do mês. O resultado surpreendeu, revertendo o déficit acumulado do ano para US$ 579 milhões. Mas os saldos semanais oscilam muito e ainda é cedo para ver nesse superávit uma tendência. Mercados continuam apreensivos com Argentina e EUA O balanço preliminar da CPMF argentina, que estreou em abril, agradou. Prevê-se uma arrecadação de US$ 220 milhões no mês, o que resolve parte das necessidades do governo, que não consegue cumprir as metas com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ontem foi anunciada a emissão, ainda para essa semana, de US$ 3,5 bilhões em bônus. Além disso, hoje será realizado um leilão de títulos do governo no valor de US$ 700 milhões. O resultado do leilão indicará a credibilidade do governo argentino. Nos Estados Unidos, as bolsas podem estar entrando em um ciclo de recuperação se estiver ocorrendo uma retomada da economia. Mas os números ainda não mostram isso, e a calmaria de ontem pode ser ilusória. Mesmo porque essa semana concentra uma série de anúncios de resultados de empresas nessa virada de trimestre, o que normalmente aumenta a oscilação dos mercados, com investidores correndo para vender quando as expectativas são frustradas ou para comprar papéis de empresas que surpreendem positivamente. Os investidores observarão hoje a divulgação do relatório semanal Redbook, sobre o desempenho do comércio varejista na semana até 7 de abril, deve sair às 10h (horário de Brasília)

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