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Mercados atentos aos fatos políticos da tarde

Políticos da oposição acreditam que o governo conseguiu retirar as assinaturas necessárias para inviabilizar a formação da CPI. As manobras políticas devem trazer conseqüências econômicas no longo prazo. Os investidores ainda avaliam.

Por Agencia Estado
Atualização:

A possibilidade de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista para apurar denúncias de corrupção no Executivo federal é cada vez menor. Segundo apuração do editor Nelson Breve, os líderes da oposição estão reunidos neste momento para definir uma estratégia em função da decisão do presidente do Congresso Nacional, senador Jader Barbalho (PMDB-PA), de marcar para hoje a sessão na qual deverá ser lido o requerimento de instalação da CPI. Os líderes da oposição disseram há pouco que os líderes do governo aceitaram de maneira muito fácil a marcação da sessão para hoje, o que indicaria que eles conseguiram retirar número suficiente de assinaturas para impedir a instalação da CPI. O receio dos líderes da oposição é de que, com a retirada das assinaturas, o presidente do Congresso decida arquivar o requerimento e não devolvê-lo aos proponentes conforme determina o regimento do Senado. Com isso, um dos focos de instabilidade no mercado financeiro passa a dar sinais menos negativos, já que boa parte dos investidores vê no cancelamento dessa CPI um fator favorável para a economia brasileira. Ou seja, os parlamentares poderão se dedicar à aprovação de reformas, o que, de fato, seria mais favorável economicamente agora. Porém, o cancelamento da CPI pode prejudicar a imagem do presidente Fernando Henrique Cardoso aos olhos da população e isso deve ter alguma influência sobre as eleições presidenciais para 2002, o que não é vantajoso para a consolidação da política econômica atual. Aliado a isso, há o problema do racionamento de energia, o que também afeta a imagem do governo. Segundo apurou a editora Gerusa Marques, o presidente reúne-se às 17 horas no Palácio da Alvorada com alguns ministros, entre eles, o de Minas e Energia, José Jorge, para discutir a crise no setor de energia elétrica e o plano de racionamento no abastecimento. Cenário externo é motivo de cautela Os investidores mantêm o clima de cautela. A situação econômica na Argentina ainda é muito incerta. As metas para o déficit fiscal acertadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) não serão de fácil cumprimento. Além disso, as condições - prazo, volume e taxas - para a troca da dívida argentina de curto prazo por papéis mais longos ainda não foram divulgadas, o que deixa os investidores mais cautelosos. Nos Estados Unidos, o ritmo do desaquecimento da economia norte-americana continua em observação. Na próxima semana, no dia 15, o Banco Central dos Estados Unidos (Fed) reúne-se para reavaliar a taxa e há grande expectativa de corte de 0,5 ponto porcentual. Como está o mercado financeiro A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em alta de 2,09%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - pagam juros de 21,920% ao ano, frente a 21,890% ao ano ontem. O dólar comercial está cotado a R$ 2,2680 na ponta de venda dos negócios - alta de 0,31% em relação ao fechamento de ontem. Nos Estados Unidos, o Dow Jones - índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - registra alta de 0,52%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - opera com queda de 0,44%. Investimentos Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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