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Mercados: BC ataca o câmbio

O governo aposta que a alta do dólar não reflete o cenário e se deve a especulação. Por isso aumentou tanto os juros e interveio no câmbio vendendo dólares. O comercial para venda caiu para R$ 2,3810, os juros do DI a termo de um ano caíram para 22,000% ao ano e a Bovespa subiu 1,72%.

Por Agencia Estado
Atualização:

Ontem o governo surpreendeu os mercados com a forte elevação da Selic - taxa básica referencial da economia -, que passou de 16,75% para 18,25% ao ano por causa das pressões inflacionárias causadas pela alta da moeda norte-americana. Hoje, para completar as medidas de contenção da desvalorização do real, o Banco Central (BC) interveio no mercado vendendo dólares. E deu resultado; o comercial para venda fechou em R$ 2,3810, com queda de 3,56%. Ainda assim, as cotações estão elevadas. A aposta do BC é que os patamares de negociação não refletem a conjuntura econômica, sendo resultado de especulação financeira. Com isso, uma ação pontual de impacto coibiria a artificialidade dos preços e traria as cotações para valores mais baixos. Ou seja, juros altos para atrair investimentos estrangeiros de curto prazo e enxurrada de dólares no mercado. Se estiver correta, a equipe econômica espera estabilizar o câmbio e reduzir os juros rapidamente. Mas a aposta pode dar errado. Se o governo estiver errado e o câmbio estiver refletindo a percepção dos investidores dos riscos do cenário econômico, a ação será inócua e o dólar voltará a subir quando o BC deixar de intervir no mercado. Alguns analistas argumentam que a atitude do governo ignora as incertezas atuais de solução somente no longo prazo: crise energética, instabilidade econômica na Argentina e desaceleração econômica no mundo desenvolvido. Não há unanimidade na questão, e os resultados só ficarão claros nas próximas semanas. Enquanto isso, os investidores se movimentam. Quem acredita numa reversão da especulação irracional como resultado da intervenção do governo está vendendo dólares e títulos cambiais para migrar para a Bolsa ou juros prefixados. Já quem acha que a ação do BC não terá efeito duradouro está aproveitando para comprar dólares ou títulos cambiais mais barato. Fechamento dos mercados A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 1,72%. O dólar comercial para venda fechou em R$ 2,3810, com queda de 3,56%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 22,000% ao ano, frente a 22,500% ao ano ontem. O índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires fechou em alta de 1,00%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 0,64%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em alta de 1,35%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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