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Mercados: cenário externo menos instável

O Índice de Confiança do Consumidor subiu e animou os investidores. Na Argentina, as últimas notícias dão uma trégua à instabilidade. Os mercados no Brasil reagem de forma positiva.

Por Agencia Estado
Atualização:

A significativa melhora do Índice de Confiança do Consumidor (CPI) norte-americano em março - subiu para 117, quando o esperado era um índice em 104 - e a falta de notícias negativas vindas da Argentina foram responsáveis pela sustentação da melhora no mercado financeiro interno. As bolsas em Nova York, que operam do lado positivo, também favorecem a estabilidade nos mercados durante a manhã. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) está em alta de 0,86%. O dólar comercial está cotada em R$ 2,1260 na ponta de venda dos negócios - queda de 0,42% em relação às últimas operações de ontem. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - pagam juros de 2,1260% ao ano, frente a 2,1350% ao ano registrados ontem. Em Nova York, a Nasdaq - bolsa dos Estados Unidos que negocia papéis do setor de tecnologia e Internet - registra alta de 2,49%. O índice Dow Jones - que mede a valorização das ações mais negociadas em Nova York - está com valorização de alta de 1,92%. A alta foi influenciada, principalmente, pelo resultado favorável do CPI. Quanto ao discurso do presidente do banco central dos Estados Unidos (Fed), Alan Greenspan, não houve qualquer sinalização em relação à política monetária. A última redução de juros aconteceu em 20 de março, quando a taxa caiu de 5,5% para 5% ao ano. A próxima reunião acontece em 15 de maio. Porém, alguns analistas acreditam que pode haver uma reunião extraordinária antes disso, com o objetivo de reduzir novamente a taxa. Situação na Argentina ainda preocupa Na Argentina, a Câmara dos Deputados está fazendo alterações no texto que garantiu poderes especiais ao ministro da Economia, Domingo Cavallo. Uma delas prevê a redução de um ano para seis meses dos superpoderes concedidos a Cavallo, além de aumentar a lista de restrições. Os senadores argentinos advertiram que serão mais duros do que a Câmara dos Deputados no tratamento dos artigos da lei que concede poderes especiais ao ministro Domingo Cavallo. Os analistas acompanham atentamente essas votações e a avaliação é que, se as mudanças forem muito grandes, podem ter impacto negativo nos mercados financeiros na Argentina. O país precisa cortar gastos e retomar o crescimento econômico. Algumas restrições que já haviam sido impostas pela Câmara dificultavam essa estratégia. Uma postura mais dura do Senado pode piorar ainda mais esse cenário. O leilão de Letras do Tesouro argentino (Letes) nessa tarde será um importante termômetro destas expectativas diante do país vizinho. Hoje às 17h, o ministro Domingo Cavallo deve anunciar algumas medidas para reanimar a economia, que está há 33 meses em recessão. Segundo apurou o correspondente da Agência Estado em Buenos Aires, Vladimir Goitia, Cavallo também deverá anunciar a injeção de US$ 5 bilhões no mercado, provocando uma entrada maior de recursos na economia.

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